Na última terça-feira (13/6), uma equipe de atendentes de uma empresa de telemarketing em Madrid, na Espanha, foram obrigadas a trabalhar por 2 horas e 40 minutos ao lado do corpo de uma colega morta até ser retirado do local.
Inmaculada, de 57 anos, morreu após sofrer um infarto durante o expediente de trabalho no call center da multinacional espanhola Konecta BTO. Os funcionários chegaram a tentar reanimá-la, sem sucesso.
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Segundo informações do jornal El País, a confederação que representa os trabalhadores do setor do telemarketing na Espanha relatou que os responsáveis pela empresa orientaram a equipe que continuasse a receber as chamadas e não interrompesse o serviço, mesmo com o cadáver ainda no local.
Conhecida como Inma, a funcionária estava há pouco mais de 15 anos na empresa. As causas exatas do infarto ainda não foram identificadas.
Os representantes da categoria afirmaram que foi enviada uma equipe à sede da empresa quando souberam que os funcionários não haviam parado de trabalhar, mesmo com a morte da colega.
"Quando entramos no 6º andar, tudo parecia um filme de terror. Ao lado da mulher, alguém atendia uma chamada. O serviço continuou como se nada tivesse acontecido", relatou a Confederação.
A Confederação emitiu uma nota condenando a conduta da empresa, que alegou não ter interrompido as atividades após a morte da funcionária por prestar serviços essenciais.
Foi destacada, ainda, a falta de humanidade, respeito e empatia com a funcionária morta e a equipe. A confederação solicitou uma reunião com o Comitê de Saúde e Segurança da empresa com o intuito de exigir que eles reconheçam o ocorrido e para chegar a um acordo sob como o caso será investigado, além de estabelecer um protocolo de ação em situações semelhantes.