MISTÉRIO NO ATLÂNTICO

1º turista espacial português escapa de ter ido no submarino desaparecido

O submersível desapareceu no último domingo (18/6), no Oceano Atlântico. Os cinco tripulantes têm pouco mais de 24 horas de suprimento de oxigênio

Correio Braziliense
postado em 21/06/2023 08:23
 (crédito: Reprodução/Instagram/@mario.ferreira.oficial)
(crédito: Reprodução/Instagram/@mario.ferreira.oficial)

O empresário português Mário Ferreira teve duas oportunidades de mergulhar no submersível Titan para ver os destroços do Titanic, mas recusou as propostas. Mário, que é o primeiro turista espacial de Portugal, foi convidado pelo amigo e explorador britânico Hamish Harding — um dos cinco tripulantes desaparecidos do submarino que pretendia levar turistas a quase 4 mil metros de profundidade.

"Nos Açores, na conferência Glex, o meu amigo, que está no submarino, disse-me que o meu lugar estava livre e que eu podia ir com ele. Tínhamos estado juntos na sexta-feira e ele saiu no avião privado para ir embarcar. Eu não quis ir. Não têm sido dias simples para mim, saber que deixei o meu lugar vazio numa coisa complicada como esta. Pensar que podia lá estar", disse o empresário ao jornal português Publico. O empresário é CEO da DouroAzul, empresa de cruzeiros fluviais em Portugal.

O submersível desapareceu no último domingo (18/6), no Oceano Atlântico, próximo a Newfoundland, no Canadá. Equipes de buscas tentam localizar o veículo aquático. Estima-se que os tripulantes tenham pouco mais de 24 horas de suprimento de oxigênio. Segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos, um avião canadense detectou, na segunda-feira (20/6), por meio de sonar, barulho de batidas emitidas a cada 30 minutos no fundo do mar. No entanto, ainda não há evidências do submersível.

Esta imagem sem data, cortesia da OceanGate Expeditions, mostra seu submersível Titan iniciando uma descida
Esta imagem sem data, cortesia da OceanGate Expeditions, mostra seu submersível Titan iniciando uma descida (foto: Handout / OceanGate Expeditions / AFP)

Em 2018, um ex-funcionário da empresa que construiu o submersível alertou sobre "problemas de controle de qualidade e de segurança". David Lochridge, então diretor de Operações Marítimas da OceanGate, discordou da posição de mergulhar o Titan sem que o veículo tivesse passado por um teste não destrutivo, o qual fosse capaz de provar sua integridade. De acordo com Lochridge, a única janela de visualização do submersível foi construída para suportar a uma pressão a uma profundidade de 1.300 — três vezes menos do que o ponto onde se encontra o Titanic.

Os cinco tripulantes são o bilionário Hamish Harding; o explorador Shahzada Dawood e seu filho, Suleman Dawood; o presidente da OceanGate, Stockton Rush; e o especialista no naufrágio do Titanic Paul-Henry Nargeolet. Além da Marinha canadense e americana, agências governamentais e empresas comerciais especializadas em águas profundas estão ajudando na operação para encontrar o submersível.

 

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