O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump chegou a um tribunal federal em Miami, na tarde desta terça-feira (13/6), e declarou ser inocente das 37 acusações que recaem contra ele. O ex-presidente é acusado de manter documentos sigilosos mesmo após ter deixado a Casa Branca, colocando em risco a segurança nacional. Alguns dos documentos tinham informações secretas sobre armas nucleares.
Das 37 acusações que Trump enfrenta, há a "retenção ilegal de informações vinculadas à segurança nacional, obstrução de Justiça e falso testemunho". Ele é pré-candidato para retornar à presidência e compareceu ao tribunal para a leitura das acusações contra ele. "Certamente estamos entrando com uma declaração de inocência", disse Todd Blanche, advogado de Trump, durante a audiência. Essa é a segunda vez, em três meses, que o ex-presidente se apresenta à Justiça.
Em abril, Trump foi ao tribunal no sul de Manhattan após ser acusado e ter subornado a atriz pornô Stormy Daniels com US$ 130 mil (pouco mais de R$ 420 mil em valores da época) na reta final da campanha às eleições presidenciais de 2016 para que ela se calasse sobre um suposto caso extraconjugal, ocorrido 10 anos antes, e que ele sempre negou.
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Ele também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada na qual pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado. "Nunca houve algo assim. Nunca houve uma caça às bruxas como esta", queixou-se Trump, em declarações a uma emissora de rádio local após chegar a Miami na segunda-feira (12/6).
Risco à segurança nacional
Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca e seguiu para a mansão na Flórida, Trump levou dezenas de caixas repletas de arquivos. Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os e-mails, cartas e outros documentos de trabalho para o Arquivo Nacional. Outra lei proíbe a manutenção de segredos de Estado em locais não autorizados e considerados inseguros.
Em janeiro de 2022, depois de receber vários pedidos das autoridades, Trump decidiu devolver caixas com quase 200 documentos confidenciais. Em agosto do ano passado, agentes do FBI foram até a casa de Trump e levaram mais de 30 caixas com 11.000 documentos.
*Com informações da Agência France-Press
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