Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a desigualdade de gênero e a violência contra mulheres ainda é tolerada no planeta. Um dos dados mais chocantes indica que 25% da população considera "justificável" a agressão de um homem contra a própria esposa.
O relatório, que usa dados de 80 países, revela também que 9 em cada 10 pessoas têm preconceitos fundamentais contra as mulheres. 58% acreditam que a mulher não deve ter direito nem de decidir se quer ou não ter filhos.
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Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foram analisados no relatório quatro dimensões do preconceito: Integridade física, Educacional, Política e Econômica, com dados da Avaliação de Valores Mundiais, um projeto internacional que estuda como os valores e as crenças são diferentes ao redor do mundo. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (12/6).
Um dos principais pontos da pesquisa, indica que não "houve progresso a respeito do preconceito contra as mulheres em uma década. Em um desses tópicos, a pesquisa indicou que 69% da população mundial acredita que os homens são melhores líderes políticos que as mulheres, por exemplo, ou que a garantia dos mesmos direitos para mulheres na democracia é essencial apenas para 27% dos entrevistados.
Além disso, quase metade da população (46%) acredita que os homens têm mais direito a um emprego, enquanto 43% diz que os homens são melhores líderes empresariais. Além disso, cerca de 28% avalia que a universidade é mais importante para os homens do que para as mulheres.
No Brasil
A pesquisa também detalhou as dimensões do preconceito por países. No Brasil, por exemplo, observou-se que 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. 75,56% dos homens e 75,79% das mulheres têm preconceitos em questões de violência de gênero e direito de decisão sobre ter filhos.
39,91% dos brasileiros afirmaram que mulheres não são tão boas políticas como os homens e acreditam que as mulheres terem os mesmos direitos que os homens não é essencial na democracia.
Na questão econômica — que considera se os homens deveriam ter mais direito a um trabalho do que mulheres e que os homens são melhores executivos que as mulheres — 31% dos brasileiros concordaram com as afirmações.
Já na área da educação, apenas 9,59% dos entrevistados acreditam que a universidade é mais importante para homem do que para a mulher.
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