Lisboa — O brasileiro preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com a ajuda da Interpol, que deu um golpe de R$ 630 mil em um casal brasiliense se chama Bruno Souto Maior. Às vítimas, ele se apresentava como Rubens Fonseca. Ele era um dos cabeças do esquema, que consistia em oferecer falsos investimentos em Forex (moedas estrangeiras) e em day trade, compra e venda de ações no mesmo dia. Além de Bruno, foi preso outro homem, também brasileiro, que trabalhava como gerente em uma bar onde era lavado o dinheiro oriundo dos golpes.
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O criminoso ostentava uma vida de luxo nas redes sociais. Tudo fazia parte do esquema que tinha como referência o personagem Jordan Berfort, interpretado por Leonardo DiCaprio no filme O lobo de Wall Street. Ele e seus parceiros de crime diziam aos que eram arregimentados para os golpes que todos ficariam ricos e, por isso, não teriam porque se preocuparem com as vítimas. Quanto mais tirassem delas, mais seriam recompensados.
O esquema usava apenas brasileiros nos golpes, pois, mesmo com as centrais dos crimes instaladas em Lisboa, as vítimas estavam no Brasil. Somente em uma das unidades de call center, de onde partiam as ligações, havia 150 brasileiros, a maioria em situação irregular em Portugal. Quando a organização foi desmantelada, na primeira fase da Operação Difusão Vermelha, em março deste ano, esses brasileiros saquearam os escritórios. Em março, foram presas cinco pessoas. Na segunda fase, foram mais dois, um deles, Bruno.
Futuro da operação
A PCDF espera que todos os detidos por meio da operação comandada pelo delegado Erick Sallum, da 9ª Delegacia, sejam extraditados para o Brasil. Tudo depende, porém, de uma longa negociação conduzida pelo Judiciário e pela Polícia Federal com as Justiça portuguesa. Estima-se que ao menos 945 pessoas tenhas caído nos golpes dos falsos investimentos, com prejuízos superiores a R$ 16 milhões. A maior perda foi registrada por um poupador do Nordeste: R$ 1,5 milhão.
Segundo o delegado, foram bloqueadas várias contas dos golpistas, além de criptoativos. Não se sabe, porém, se será possível recuperar tudo o que foi roubado dos investidores. Bruno Souto Maior e seu comparsa preso sumiram com muitos recursos por meio de um bar e de uma banda de samba. O delegado alerta para as pessoas não acreditarem em promessa fáceis de ganhos no mercado financeiro. Isso não existe. Ele ressaltou ainda que a Polícia Civil do DF tem se esforçado para superar todos os problemas de orçamento para entregar o que a sociedade espera dela.
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