As Forças Armadas da Colômbia encontraram, nesta terça-feira (30/5), pegadas que podem pertencer a uma das quatro crianças que estão desaparecidas na floresta amazônica do país. Segundo as autoridades, a suspeita é a de que o rastro pertença a Lesly, uma menina de 13 anos. Na semana passada, os militares também acharam fraldas e um par de tênis. Os irmãos, que são indígenas, estão desaparecidos desde 1º de maio.
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"Na análise do terreno, as Forças Armadas encontraram árvores com frutos típicos da região. Ali identificaram borojós e mangas silvestres que, se consumidas, podem servir para fornecer nutrientes e força aos menores durante suas jornadas. As buscas não pararam e continuam avançando em pontos estratégicos com a ajuda de equipes satélites que orientam e direcionam as tropas e comunidades indígenas com o objetivo de encontrar as quatro crianças o mais rápido possível", informaram as Forças Armadas, em comunicado.
Os militares também reproduzem uma mensagem gravada pela avó das crianças na língua materna e em espanhol: "Filha, obrigado por ficar quieta, pare, ouça o microfone. Filha, fique aí, para que eles (os soldados) encontrem vocês". Segundo os parentes das crianças, a irmã mais velha, do povo huitoto, tem grande experiência em andar pela selva.
Desencontro de informações
Após anunciar que as crianças tinham sido encontradas com vida, o presidente Gustavo Petro se desculpou, em 18 de maio, por ter compartilhado informações equivocadas. "Sinto muito pelo que aconteceu. As Forças Armadas e as comunidades indígenas continuarão em sua busca incansável para dar ao país a notícia que tanto espera. Neste momento não há outra prioridade senão avançar com a busca até encontrá-los. A vida das crianças é o mais importante", escreveu no Twitter.
As crianças de 13, 9 e 4 anos, além de um bebê de 11 meses, viajavam juntos da mãe e de outros dois adultos em um avião, que caiu em 1º de maio na densa floresta do sudeste da Colômbia. Os três adultos, incluindo o piloto e a mãe das crianças, morreram e os corpos foram encontrados. Mais de 200 soldados buscam os menores e seguem pistas que sugerem a possibilidade de que haja sobreviventes, de acordo com o Exército.
"Concluímos que as crianças estão vivas pelas evidências. Se estivessem mortos, certamente seria fácil de encontrá-los, porque estariam quietos, porque os animais nos orientariam para lá", disse o general Pedro Sánchez à W Radio.
* Com informações da AFP