GUERRA

Dinamarca defende presença do Brasil em negociação para paz na Ucrânia

Ministro dinamarquês diz, em reunião de Conselho da União Europeia, que um acordo para pôr fim ao conflito que dura mais de um ano não pode contar apenas com aliados dos ucranianos

Lisboa — O ministro de Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, saiu em defesa do Brasil, que vem defendendo a criação de um grupo de países para negociar a paz entre Rússia e Ucrânia, que estão em guerra há mais de um ano. Durante reunião do Conselho de Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas, Rasmussen afirmou que é preciso encontrar um caminho para pôr fim ao conflito que tem atormentado o mundo. Mas, na avaliação dele, a negociação exige o envolvimento de Brasil, Índia e China.

A declaração do ministro dinamarquês veio um dia depois do desgaste enfrentado pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que, por divergências de agenda, não conseguiu se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, durante encontro do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, ocorrido em Hiroshima, no Japão. Lula disse que marcou uma conversa com o líder ucraniano, que acabou não aparecendo. Mas, em uma das reuniões do G7, o brasileiro condenou a “invasão territorial” da Ucrânia pela Rússia.

Segundo Rasmussen, a Dinamarca está disposta a sediar uma reunião de cúpula em julho para discutir mecanismos que levem à paz entre a Ucrânia e a Rússia. Para ele, é preciso fazer um esforço para um compromisso global a fim de organizar essa reunião, que não deve contar apenas com a presença dos aliados da Ucrânia. “É necessário criar interesse e envolvimento de países como Índia, Brasil e China”, afirmou. Ele admitiu, contudo, não acreditar na possibilidade de a Rússia participar de cúpula de paz. “Se a Ucrânia achar que chegou a hora de realizar essa reunião, seria fantástico. A Dinamarca, obviamente, gostaria de sediar o encontro”, reforçou.