O Chile comparece às urnas neste domingo (7) para escolher um ci, a votação para definir um conselho de 50 membros que redigirá uma nova Constituição, que substituirá a herdada da ditadura de Augusto Pinochet, em meio a uma grande apatia e após a rejeição de um primeiro texto em setembro.
Os locais de votação abriram às 8h00 (mesmo horário de Brasília) e devem fechar as portas às 18h00. Os resultados serão divulgados duas horas depois.
Mais de 15,1 milhões de chilenos estão registrados para votar nas eleições, que têm 350 candidatos a integrar o chamado Conselho Constitucional.
Esse órgão receberá, para revisão e ajustes, um texto elaborado por especialistas com 12 princípios essenciais que não poderão ser modificados, como, por exemplo, o que consagra o Chile como uma economia de mercado com participação estatal e privada.
O conselho deverá entregar uma proposta de nova Constituição para ser submetida a um plebiscito em 17 de dezembro.
Esta é a segunda tentativa do Chile em dois anos para substituir a Carta Magna redigida em 1980 pela ditadura (1973-1990), que já recebeu várias emendas, a mais importante delas em 2005.
Um texto anterior redigido por uma Assembleia Constituinte dominada por membros da esquerda foi rejeitado por 62% dos votos em um plebiscito em 4 de setembro de 2022.
O Chile decidiu mudar sua Constituição como uma forma de apaziguar os protestos contra a desigualdade social que explodiram em outubro de 2019.
"Como país, temos a oportunidade histórica de nos reconciliarmos depois das fraturas que vivemos e de avançar em direção a um país desenvolvido e inclusivo, onde todos estarão incluídos", disse o presidente Gabriel Boric, ao votar em sua cidade natal, Punta Arena, quase 3.000 quilômetros ao sul de Santiago.
"Desta vez, não há margem para erro", acrescentou o presidente.
A votação de domingo tem cinco listas na disputa: duas da esquerda governista e três da oposição de direita.
A eleição tem caráter paritário, isto é, obrigatoriamente, 25 homens e 25 mulheres devem ser eleitos. Ao contrário da votação anterior, no entanto, não há cadeiras reservadas para indígenas (foram 17 das 155 no processo passado).
Também não há listas de candidatos independentes: somente foram registradas listas formadas por partidos políticos.
O novo processo constitucional despertou pouco interesse na população. Apenas 31% dos chilenos declararam estar interessados no processo, segundo as pesquisas, contra 60% no ano passado.