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Retirada de pessoas de cidade gera preocupação sobre segurança nuclear na Ucrânia

A AIEA emitiu alertas anteriores sobre a segurança na usina, depois que bombardeios causaram alguns danos às instalações e interrupções temporárias de energia, embora sem desencadear nenhum vazamento de radiação

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) expressou preocupação com a segurança da maior usina nuclear da Europa, enquanto as forças de ocupação russas evacuam civis da cidade ucraniana vizinha de Enerhodar.

Rafael Grossi disse que a situação na usina de Zaporizhzhia está "se tornando cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa".

A evacuação ocorre às vésperas de uma esperada contraofensiva ucraniana.

Mas a equipe de operação da usina nuclear permanece no local.

A declaração da AIEA afirma que "enquanto a equipe operacional permanece no local, o diretor-geral Grossi expressou profunda preocupação com as condições cada vez mais tensas, estressantes e desafiadoras para os profissionais e suas famílias".

A agência afirmou que os especialistas da AIEA presentes na usina "receberam informações de que a evacuação anunciada de residentes da cidade vizinha de Enerhodar – onde mora a maioria dos funcionários da usina – começou".

A BBC não conseguiu verificar a escala da evacuação relatada.

Grossi disse que "devemos agir agora para evitar a ameaça de um grave acidente nuclear".

A AIEA emitiu alertas anteriores sobre a segurança na usina, depois que bombardeios causaram alguns danos às instalações e interrupções temporárias de energia, embora sem desencadear nenhum vazamento de radiação.

Em março, a AIEA lamentou o fato de que a usina estava funcionando com geradores a diesel para manter os sistemas vitais de resfriamento funcionando, após danos às linhas de energia.

Todos os seis reatores da usina estão desligados, diz a AIEA.

A agência citou o diretor do local, Yuri Chernichuk, que teria dito que a equipe operacional não está sendo evacuada e está fazendo todo o necessário para garantir a segurança nuclear no local.

Desde que a Rússia lançou sua invasão em fevereiro de 2022, o número de funcionários na usina diminuiu, diz a AIEA, "mas a administração do local afirma que permanece suficiente para a operação segura da unidade".

As forças russas ocupam grande parte da região de Zaporizhzhia, mas não a capital regional Zaporizhzhia, que fica a nordeste de Enerhodar, do outro lado do reservatório de Dnipro. Além de Enerhodar, a Rússia ordenou a evacuação de civis de 18 locais da linha de frente na região.

Na sexta-feira (5/5), o chefe regional instalado pela Rússia, Yevgeny Balitsky, disse que "nos últimos dias, o inimigo intensificou o bombardeio de assentamentos perto da linha de frente".

"Tomei, portanto, a decisão de evacuar primeiro todas as crianças e pais, idosos, deficientes e pacientes hospitalares", escreveu ele nas redes sociais.

BBC