Um processo envolvendo um homem e a companhia aérea Avianca, nos Estados Unidos, terminou de forma inusitada. O advogado do autor da ação judicial usou, durante uma audiência, uma petição redigida pelo programa de Inteligência Artificial (IA) ChatGPT. No entanto, as informações e citações do documento não existem, foram inventadas pela plataforma. O caso foi revelado pelo jornal The New York Times.
Tudo começou quando o requerente, Roberto Mata, colocou a Avianca na justiça depois de se machucar quando um carrinho de metal atingiu o joelho dele, durante um voo de El Salvador para Nova York. No desenrolar do processo, os advogados da empresa aérea apresentaram a um juiz de Manhattan um pedido para que a ação judicial fosse anulada, mas a defesa de Mata entregou um recurso com argumentos para que o julgamento continuasse.
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Na petição apresentada pelo advogado de Mata, foram citadas, ao longo das 10 páginas do documento, mais de meia dúzia de decisões judiciais semelhantes ao do cliente. O problema é que, após analisarem os casos, nem os advogados, nem o juiz, conseguiram encontrar as citações feitas no arquivo.
Após ser questionado pelo juiz responsável pelo caso de Maia contra a Avianca, o advogado assumiu que usou o ChatGPT para escrever a petição. Em declaração juramentada feita ao tribunal, ele alegou que foi a primeira vez que usou o programa e não sabia que as informações fornecidas não eram confiáveis.
O advogado ainda afirmou ao juiz que não tinha intenção de enganar o tribunal ou a companhia aérea, já que “desconhecia a possibilidade de que o conteúdo pudesse ser falso”. Após as alegações, o juiz marcou, para 8 de junho, uma audiência em que serão discutidas possíveis sanções para o caso.
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