AMAZÔNIA COLOMBIANA

A busca por crianças desaparecidas após queda de avião na Colômbia

As crianças - com idades entre 13 anos e 11 meses - estavam a bordo de um pequeno avião junto com sua mãe, um piloto e um co-piloto quando a aeronave caiu no dia 1° de maio

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postado em 19/05/2023 11:23 / atualizado em 19/05/2023 11:23
 (crédito: Reuters)
(crédito: Reuters)

O presidente colombiano, Gustavo Petro, disse que não há confirmação de que quatro crianças que desapareceram depois que seu avião caiu na selva há mais de duas semanas tenham sido resgatadas.

As equipes de busca encontraram itens que acreditam pertencer às crianças na selva, bem como um abrigo improvisado.

Isso os levou a acreditar que as crianças estão vagando sozinhas pela floresta tropical desde o acidente.

Mas Petro disse que as informações sobre o resgate não puderam ser verificadas.

As crianças - com idades entre 13 anos e 11 meses - estavam a bordo de um pequeno avião junto com sua mãe, um piloto e um co-piloto quando a aeronave caiu no dia 1° de maio.

Todos os adultos morreram no acidente.

Uma notícia sobre o suposto resgate das crianças foi divulgada pelo próprio presidente na tarde de quarta-feira, horário local, quando ele tuitou que elas foram encontradas "após árduos esforços de busca".

Mas, menos de 24 horas depois, ele deletou o tuíte e logo depois escreveu: "Decidi deletar o tuíte porque as informações fornecidas pelo ICBF (agência de bem-estar infantil da Colômbia) não puderam ser confirmadas. Lamento o ocorrido. As forças armadas e as comunidades indígenas continuarão em sua busca incansável para dar a notícia que o país tanto espera".

A agência de bem-estar infantil da Colômbia havia dito anteriormente que o tuíte (agora excluído) do presidente se baseava em informações fornecidas por ela.

Ele disse em um comunicado que recebeu informações de que as crianças foram encontradas com boa saúde.

Sua diretora, Astrid Cáceres, disse a uma rádio colombiana na manhã de quinta-feira (18/05) que a informação veio de "fontes confiáveis" e que as pessoas que as contataram descreveram a aparência das crianças, que correspondia às das crianças desaparecidas.

No entanto, Cáceres disse que sua agência ainda não havia conseguido ver as crianças e até esse momento as buscas não seriam encerradas.

A agência de bem-estar infantil não foi a única a dizer que recebeu informações de que as quatro crianças haviam sido resgatadas.

Um piloto disse que também foi informado de que as crianças foram encontradas por indígenas no meio da floresta tropical.

Os militares que participaram das buscas, no entanto, disseram que eles próprios ainda não conseguiram fazer contato com as crianças "devido às difíceis condições meteorológicas e ao difícil terreno".

O avião leve Cessna 206 em que as crianças e a mãe estavam voava de Araracuara, no meio da selva amazônica, no sul da Colômbia, para San José del Guaviare, quando desapareceu na manhã de 1º de maio.

Seu piloto já havia relatado problemas no motor.

Depois de um grande esforço de busca envolvendo mais de cem soldados, o avião foi finalmente localizado na segunda-feira, duas semanas depois de ter desaparecido.

Os corpos do piloto, do copiloto e de Magdalena Mucutuy, de 33 anos, mãe das quatro crianlas, foram encontrados no local do acidente, na província de Caquetá.

Mas as crianças não foram encontradas em lugar nenhum.

O avião foi encontrado com a ponta para baixo na selva profunda
Forças Armadas da Colômbia
O avião foi encontrado com a ponta para baixo na selva profunda

As equipes de busca, no entanto, encontraram pistas que indicam que as crianças, que são do grupo indígena Huitoto, sobreviveram ao acidente.

Cães farejadores encontraram uma garrafa de bebida infantil, uma tesoura, um prendedor de cabelo e algumas frutas comidas pela metade.

As equipes de busca também encontraram um abrigo improvisado feito de gravetos e galhos.

"Pensamos que as crianças que estavam a bordo do avião estão vivas. Encontramos vestígios em um local diferente, longe do local do acidente, e um local onde podem ter se abrigado", disse o coronel Juan José López na quarta-feira.

Temendo que as crianças estivessem vagando cada vez mais fundo na selva, os militares mobilizaram helicópteros que reproduziram uma mensagem gravada de sua avó na língua Huitoto, pedindo-lhes que ficassem parados.

Relatos de avistamentos das crianças se espalharam na quarta-feira.

A Avianline, uma operadora de avião local proprietária do avião acidentado, divulgou um comunicado dizendo que recebeu relatos de que as crianças foram encontradas.

Um de seus pilotos que pousou em Cachiporro, uma comunidade próxima ao local do acidente, foi informado de que moradores locais foram contatados por rádio de um local remoto chamado Dumar e informados de que as crianças haviam sido encontradas e seriam levadas de barco para Cachiporro, disse.

A empresa acrescentou que não tinha como confirmar se a informação estava correta, mas destacou que a chegada das crianças de barco pode ter sido atrasada pelas fortes chuvas, que tornaram o rio muito perigoso para navegar.

Rádios indígenas também informaram na quarta-feira que as crianças foram encontradas por um morador local e estavam sendo transportadas por via fluvial até Cachiporro.

O pai das crianças disse que não está perdendo as esperanças. Ele disse à Rádio Caracol que sua irmã uma vez se perdeu na floresta por um mês e conseguiu voltar.

Acredita-se que o conhecimento do povo Huitoto sobre frutas e habilidades de sobrevivência na selva tenha dado às crianças uma chance melhor de sobreviver à provação.

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