Após fortes chuvas, uma cobra naja albina de 1,5 metro assustou moradores da cidade de Coimbatore, no sul da Índia. Após avistarem a cobra rara vagando pela região de Kurichi, os habitantes chamaram a instituição Wildlife & Nature Conservation Trust (WNCT) — um grupo sem fins lucrativos que busca preservar a vida selvagem na Índia — para resgatar a serpente.
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A instituição foi acionada pelos moradores e enviou um agente especializado em resgatar cobras para apreender o réptil albino. No dia 3 de maio, a naja albina foi solta na natureza, nas áreas florestais ao redor de Mangarai, uma pequena aldeia na área de Perianaickenpalayam, em Coimbatore.
Detalhes do resgate
Em uma postagem no Facebook, a WNCT divulgou o processo que envolveu a soltura do animal: "Após o resgate, a cobra albina foi levada para um local seguro e avaliada por especialistas para determinar o estado de saúde. Uma vez considerada saudável e apta para soltura, a cobra foi solta na natureza. As áreas de floresta ao redor de Mangarai, onde a cobra foi solta, são conhecidas por sua rica biodiversidade e fornecem um habitat adequado para a cobra prosperar".
Cobras albinas estão entre os animais mais raros do mundo
Segundo o biólogo, PhD em Neurociências e estudante de genômica Fabiano de Abreu Agrela, "o albinismo é extremamente raro em cobras em comparação com outros animais e está entre os animais mais raros do planeta”.
“O albinismo é o resultado de células que não conseguem produzir melanina, pigmento necessário para colorir a pele, escamas, cabelos e olhos. Esta condição genética é passada para a prole quando ambos os pais carregam o gene recessivo. Quando o albinismo está presente, o animal pode aparecer branco ou rosa”, detalha Agrela.
O contato com cobras nessa região da Índia aumenta com o início do período chuvoso. “Devido ao fato de que neste período elas têm mais possibilidades de encontrar alimentos. O período chuvoso e o clima quente são propícios", explica o biólogo.
Perigo das najas
A cobra indiana, conhecida cientificamente como “Naja Naja”, é uma das “quatro grandes” espécies de cobras responsáveis pela maioria das picadas de cobra que ocorrem em humanos no sul da Ásia. Embora as cobras geralmente não ataquem os humanos, a menos que se sintam ameaçadas, o veneno dessas cobras é altamente tóxico e pode resultar em mortes nos casos mais graves.
“O veneno fortemente neurotóxico, ataca o sistema nervoso, causando paralisia, mas muitos (venenos) também possuem características citotóxicas que causam inchaço e necrose, além de terem um efeito anticoagulante significativo. As cobras entram em áreas habitadas por pessoas em busca de comida e abrigo”, completa o biólogo.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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