Congresso

Biden pede proibição de fuzis semiautomáticos após novo massacre

O pedido ocorreu após um homem abrir fogo no sábado em um shopping do estado do Texas e matar oito pessoas, incluindo crianças

Agência France-Presse
postado em 07/05/2023 15:03
O presidente dos EUA, Joe Biden       -  (crédito: SAUL LOEB / AFP)
O presidente dos EUA, Joe Biden - (crédito: SAUL LOEB / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a pedir neste domingo (7) ao Congresso que proíba os fuzis semiautomáticos, depois que um homem abriu fogo no sábado em um shopping do estado do Texas e matou oito pessoas, incluindo crianças.

O novo tiroteio provocou cenas de pânico no sábado no Allen Premium Outlets, um grande complexo comercial de Allen, 40 quilômetros ao norte de Dallas, que estava lotado.

A polícia informou que um agente estava no centro comercial para investigar outro caso quando ouviu os tiros às 15H30 (17H30 de Brasília). O agente "enfrentou o suspeito e neutralizou o indivíduo", informou Brian Harvey, chefe do departamento de polícia de Allen.

Imagens de câmeras de segurança que circulam na internet mostram o momento em que o atirador saiu de um automóvel no estacionamento do shopping e abriu fogo contra as pessoas que estavam passando.

Até o momento as autoridades não divulgaram a identidade do criminoso, que, segundo a imprensa local, usava equipamento paramilitar e portava um fuzil semiautomático similar ao AR-15, além de carregadores adicionais.

Seis pessoas morreram no local e duas não resistiram aos ferimentos e faleceram no hospital. Entre as vítimas estavam crianças, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

Três dos sete feridos precisaram ser submetidos a cirurgias de emergência, informou Jonathan Boyd, comandante do corpo de bombeiros de Allen.

"Sem sentido" 

O presidente Biden, que defende leis mais rigorosas para o porte de armas, criticou neste domingo os "atos de violência sem sentido" no Texas e voltou a pedir ao Congresso que adote medidas.

"Mais uma vez eu peço ao Congresso que me envie um projeto de lei para proibir as armas semiautomáticas e os carregadores de alta capacidade. Que determine verificações universais de antecedentes. Exija armazenamento seguro (das armas). Que acabe com a imunidade dos fabricantes de armas", afirmou Biden em um comunicado.

"Vou promulgar de maneira imediata. Nós precisamos disso para manter nossas ruas seguras", acrescentou.

Mas é pouco provável que o apelo do presidente democrata tenha sucesso, pois os republicanos, que controlam a Câmara de Representantes, são contrários às medidas de maior controle.

Biden também ordenou que bandeiras americanas sejam hasteadas a meio mastro em todos os prédios federais até o fim da tarde de 11 de maio, como um "sinal de respeito pelas vítimas", de acordo com a Casa Branca.

O governador do Texas, Greg Abbott, chamou o tiroteio de "tragédia indescritível.

Mas neste domingo, enquanto os democratas reiteravam os pedidos para que o Congresso aprove uma legislação de segurança de armas e criticavam o Texas e outros estados por suas leis permissivas, Abbott, um republicano, se recusou a afirmar se considera a possibilidade de restringir a venda de armas ou promulgar outras reformas.

"As pessoas querem uma solução rápida. A solução a longo prazo é abordar o problema da saúde mental", declarou Abbott ao canal Fox News. Também destacou que é necessário analisar o aumento da "raiva e da violência" no país.

As autoridades locais elogiaram a ação rápida do policial que estava no local.

"Temos uma dívida de gratidão com as pessoas que responderam primeiro, que correram para o tiroteio e agiram rapidamente para neutralizar a ameaça", disse Keith Self, congressista republicano cujo distrito inclui a cidade de Allen.

"Não há mais lugares seguros. Não sei o que fazer", disse à CNN Jaynal Pervez, um homem que correu para o shopping depois que sua filha, que estava no local, ligou para ele para contar o que estava acontecendo.

Pervez relatou cenas caóticas no estacionamento do shopping: "Vi sapatos e telefones celulares nas ruas".

O ataque de Allen foi o mais recente de uma onda de violência com armas de fogo nos Estados Unidos.

Na semana passada, um homem abriu fogo e matou cinco vizinhos em Cleveland, uma pequena cidade do Texas, depois que um deles pediu que ele parasse de atirar com um fuzil no quintal de sua casa porque seu bebê estava dormindo.

Desde o início de 2023, o país registrou 199 tiroteios em massa, de acordo com o 'Gun Violence Archive', uma ONG que define tais situações como atos que deixam quatro ou mais pessoas feridas ou mortas.

Com mais armas de fogo que habitantes, os Estados Unidos têm a maior taxa de mortes por armas de fogo de todos os países desenvolvidos: 49.000 em 2021, contra 45.000 no ano anterior.

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