Representantes dos dois generais que disputam o poder no Sudão reúnem-se, neste sábado (6), em Jidá, informaram Arábia Saudita e Estados Unidos, abrindo a porta para uma trégua de um conflito que já deixou centenas de mortos.
Washington e Riade confirmaram diálogos de "pré-negociação" nesta cidade saudita entre os representantes do exército do general Abdel Fatah al Burhan e os das Forças de Apoio Rápido (FAR), do general Mohamed Hamdan Daglo.
"O reino da Arábia Saudita e os Estados Unidos instam as duas partes a levarem em consideração os interesses da nação sudanesa e seu povo e a participarem ativamente das conversas para alcançar um cessar-fogo e pôr fim ao conflito", disseram em nota conjunta.
Isto não impediu que os moradores da capital, Cartum, voltassem a acordar no sábado com o barulho de explosões e bombardeios, como ocorre toda manhã desde 15 de abril.
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Militares e paramilitares trocaram acusações mutuamente sobre o ataque a um comboio que levava o embaixador turco no Sudão. Não há informações de vítimas no ataque.
Os 21 dias de combates entre os dois generais, aliados no golpe militar de 2021, que tirou os civis do poder, deixaram 700 mortos, 5.000 feridos, 335.000 deslocados e 115.000 refugiados.
As duas partes concordaram com múltiplas tréguas e extensões desde a explosão da violência, mas nenhuma foi respeitada até agora.
"A delegação do exército só vai falar de trégua e de como implementá-la corretamente para facilitar o acesso humanitário às pessoas", explicou à AFP o general Nabil Abdallah, porta-voz do exército.
A Arábia Saudita confirmou em nota a chegada de "representantes das forças armadas sudanesas e das FAR em Jidá", mas não infirmou se as discussões haviam começado.
O exército confirmou o envio de negociadores. Os paramilitares serão representados por pessoas próximas a Daglo e seu poderoso irmão, Abderrahim, que financia as FAR com suas minas de ouro, segundo autoridades sudanesas.
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