O candidato Santiago Peña lidera a corrida à presidência do Paraguai com ampla vantagem, segundo resultados preliminares, e será o novo presidente do país.
Com 95% dos votos processados, Peña, do conservador Partido Colorado, vencer seu opositor Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico, com quem dividia um empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de voto.
"Obrigado a quem nos deu seus sonhos, confiou neste projeto, depositou suas esperanças para que possamos ser melhores, e vamos ser melhores", disse Peña, que assumirá o cargo no dia 15 de agosto.
"Depois de anos de estagnação econômica, déficit fiscal elevado, taxa de desemprego elevada, aumento da pobreza extrema, não é só trabalho para uma pessoa ou um partido. Por isso apelo à união e ao consenso, à prosperidade sem exclusões", acrescentou.
No Paraguai, as eleições são definidas em turno único, o voto é obrigatório e a reeleição não é permitida, por isso o atual presidente, Mario Abdo, não pôde concorrer a um novo mandato de cinco anos.
"Parabéns ao povo paraguaio por sua grande participação neste dia de eleição e ao presidente eleito Santiago Peña. Trabalharemos para iniciar uma transição ordenada e transparente que fortaleça nossas instituições e a democracia do país", escreveu Abdo no Twitter.
Quem é Santiago Peña
Santiago Peña tem 44 anos e nasceu na capital do país, Assunção.
O político é formado em Economia pela Universidade Nacional de Assunção e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Entre 2006 e 2007, Peña trabalhou como diretor de finanças do Banco Central do Paraguai. Em 2013, Peña foi nomeado como ministro das Finanças pelo presidente paraguaio Horacio Cartes.
Em 2017, Peña deixou o cargo de ministro das Finanças para concorrer à presidência do Paraguai nas eleições de 2018, representando o Partido Colorado. Ele acabou sendo derrotado nas eleições primárias do partido, perdendo a indicação para Mario Abdo Benítez, do mesmo partido, que foi eleito presidente do Paraguai em 2018.
Peña, cujo partido governou o país nas últimas sete décadas, com exceção de um breve período entre 2008 e 2013, prometeu "mais dinheiro no bolso dos paraguaios" com a geração de empregos e a formalização da economia.
O Partido Colorado, também chamado de Associação Nacional Republicana, chegou às urnas abalado por conflitos internos e denúncias de corrupção do governo dos Estados Unidos contra seu líder e ex-presidente Horacio Cartes.
Entre os principais desafios que o novo presidente enfrentará, estão diferentes problemas econômicos e sociais, como a evasão fiscal, a informalidade do trabalho, o forte impacto da seca e a pobreza que atinge principalmente camponeses e indígenas.
Durante a campanha, Peña prometeu acabar com a evasão fiscal e promover políticas para que mais pessoas trabalhem na economia formal. Ele também afirmou não ter o aumento de impostos como um de seus planos.