O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, chegou a Cuba nesta quinta-feira, 20, última parada de seu giro pela América Latina. Em Havana, ele condenou as sanções dos EUA contra a ilha, que durante a Guerra Fria era fiel aliada de Moscou.
Ao lado do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, Lavrov criticou os americanos por tentarem "impor sua vontade ao mundo". Em retribuição, Rodríguez condenou o que chamou de "aspirações expansionistas" da Otan e as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia.
Dependência
Cuba tem uma velha relação com Moscou, desde os anos 60, quando entrou no bloco de países socialistas liderado pela então União Soviética. Nas décadas seguintes, o governo cubano recebeu importações fundamentais para sua sobrevivência, como fertilizantes, equipamentos industriais, peças de reposição e petróleo, em troca de açúcar.
Hoje, Rússia e Venezuela são fornecedores de petróleo de Cuba, que passa por uma grave crise energética. Além disso, há duas semanas, os bancos cubanos começaram a aceitar pagamentos com cartões MIR, um sistema de pagamento russo que permite que os turistas convertam rublos em pesos cubanos.
Isolamento
A viagem de Lavrov pela América Latina serviu para demonstrar que a Rússia não está isolada no cenário internacional. O chanceler passou por Brasil e Venezuela, onde se reuniu com o presidente Nicolás Maduro.
Antes de chegar a Cuba, Lavrov passou pela Nicarágua e esteve com o ditador Daniel Ortega, na quarta-feira. Os dois também criticaram as sanções americanas. O ditador nicaraguense foi ainda mais longe, culpando o governo americano por deflagrar uma "terceira guerra mundial".
"São os EUA e a Europa que estão utilizando a Ucrânia para encontrar uma maneira de fazer a Rússia desaparecer", afirmou o ditador da Nicarágua. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.