Jornal Correio Braziliense

Estados Unidos

Pai e filha são baleados ao buscarem bola que caiu na casa de vizinho

Um homem atirou em uma vizinha de apenas seis anos e no pai dela depois que uma bola de basquete caiu no jardim de sua casa, em Charlotte, na Carolina do Norte

A violência das armas de fogo fez mais quatro vítmas inocentes, nos Estados Unidos, nas últimas 72 horas. Na noite de terça-feira, um homem atirou em uma vizinha de apenas seis anos e no pai dela depois que uma bola de basquete caiu no jardim de sua casa, em Charlotte, na Carolina do Norte. Depois de uma caçada da polícia, o atirador Robert Louis Singletary, 24 anos, foi preso.

Segundo testemunhas, Robert gritou com crianças vizinhas que tentavam recuperar a bola. O pai de um dos meninos, após ser avisado, foi até o local para tirar satisfação com o homem. "Pare de xingar meu filho, se você tiver um problema, venha até mim e podemos resolver", disse. O morador entrou em casa, pegou uma arma e abriu fogo contra William "Jamie" White; a esposa, Ashley Hilderbrand; eKinsley, filha do casal. A menina foi atingida no rosto. O pai está internado em estado grave.

Ashley contou à emissora CNN que médicos removeram fragmentos de bala da bochecha de sua filha e notaram que uma bala machucou-lhe o cotovelo. A mãe disse que a garota nada tinha a ver com o jogo de basquete, e que a família fazia um churrasco, do lado de fora da casa, enquanto a criança andava de bicicleta.

Também na terça-feira, duas líderes de torcida foram baleadas em um estacionamento do Texas depois que uma delas entrou em um carro que pensou ser o seu. Um homem fez múltiplos disparos contra as amigas, ferindo uma delas gravemente, em frente a um supermercado da cidade de Elgin.

Quatro líderes de torcida adolescentes foram juntas no carro de uma delas a um treino e depois voltaram, passada a meia-noite, ao estacionamento, quando houve o incidente.Uma delas, Heather Roth, disse ter saído do carro da amiga e se dirigiu ao que acreditava ser o seu, abrindo a porta, antes de perceber que um homem estava sentado dentro do carro. Ela voltou ao veículo da amiga em seguida.

"Vejo o cara sair pela porta do carona, abri a janela e estava tentando me desculpar", contou ela, em um vídeo compartilhado pela KTRK, filial local da ABC. "Simplesmente ele sacou uma arma e começou a atirar em todo mundo, em seguida", contou. O suspeito, Pedro Tello Rodríguez, de 25 anos, foi detido, informou o Departamento de Polícia de Elgin. Outra líder de torcida, identificada pela imprensa local como Payton Washington, "sofreu ferimentos graves e foi levada ao hospital de helicóptero", acrescentou a polícia.

Ralph Yarl

Em 13 de abril passado, outro caso chocou o Missouri e os Estados Unidos. Ralph Yarl, 16 anos, foi baleado na cabeça e no braço por um idoso de 84 anos ao errar o endereço e tocar a campainha de uma casa. O adolescente negro buscaria os irmãos gêmeos, de 12, na casa de um colega de escola, em Kansas City. Ralph sobreviveu milagrosamente, ficou dois dias hospitalizado e se recupera aos cuidados da mãe, Cleo Nagbe, que é enfermeira.

Na última quarta-feira, o Correio entrevistou Paul Yarl, pai do garoto. Ele admitiu viés racista no ataque ao filho. "Ele é um bom garoto, nunca se meteu em confusão e nada fez para merecer ser baleado na cabeça e, especialmente, duas vezes. Ele seria a última pessoa que alguém gostaria de matar", desabafou. "Ralph ficou lá fora, à própria sorte, ferido, sangrando e implorando por ajuda", acrescentou, ao relatar que vizinhos não quiseram socorrer o jovem e que a polícia aconselhou uma moradora a não abrir a porta de casa. O atirador Andrew Lester pagou fiança de US$ 200 mil (cerca de R$ 980 mil) e responderá o processo em liberdade.