A reforma da previdência na França segue gerando revolta. Nesta quinta-feira (20/4), vários manifestantes invadiram a sede da Euronext, proprietária da Bolsa de Valores de Paris. Em imagens que circulam nas redes sociais, o grupo aparece correndo em direção à sede com diversas bandeiras e sinalizadores vermelhos.
O ato faz parte de uma série de protestos contra a reforma previdenciária do governo de Emmanuel Macron, que está causando turbulência na França. Apesar do grande número de manifestantes, o ato foi simbólico e não houve vandalismo.
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Este é o décimo terceiro ato desde quando começaram as mobilizações, em meados de janeiro. A nova lei inclui o aumento da idade de aposentadoria de 62 anos para 64 anos. A nova lei também antecipa para 2027 a exigência de contribuir por 43 anos (e não 42 como agora) para se ter direito à pensão integral.
Alguns sindicatos do país prometem não desistir das manifestações para fazer com que o governo recue. Durante os outros protestos, centenas de pessoas chegaram a ser detidas. Os atos também acabaram com latas de lixo incendiadas e danos nos pontos de ônibus.
Mudanças necessárias
Segundo o governo francês, as mudanças são necessárias para evitar o aumento do déficit nas próximas décadas, quando a França enfrentará o envelhecimento da população. Já na visão dos críticos, a medida representa uma carga injusta sobre trabalhadores de baixa renda, mulheres, e pessoas com empregos que demandam desgastes físicos.
No último mês, uma pesquisa publicada pelo Journal du Dimanche, feita com 2.000 pessoas, mostrou que apenas 28% das pessoas apoiam Macron, o maior percentual desde o movimento dos "Coletes Amarelos", um protesto que começou contra o aumento no preço dos combustíveis, em 2019.