Jornal Correio Braziliense

Julgamento

Após 14 anos, Justiça francesa absolve Airbus e Air France por acidente do voo Rio-Paris

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447, que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no meio da noite no Oceano Atlântico, algumas horas após a decolagem. Os 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo morreram na tragédia

A Justiça francesa absolveu nesta segunda-feira (17) a fabricante europeia Airbus e a companhia Air France pelo acidente do voo AF447 Rio-Paris em 2009, que matou 228 pessoas, pelo qual as empresas foram julgadas por homicídios dolosos.

Quase 14 anos depois da tragédia, o tribunal de Paris absolveu as duas empresas por considerar que, embora tenham cometido "falhas", não foi possível demonstrar "nenhuma relação de causalidade" segura com o acidente.

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447, que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no meio da noite no Oceano Atlântico, algumas horas após a decolagem. Os 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo morreram na tragédia.

A bordo do avião, um A330 com registro F-GZCP, estavam pessoas de 33 nacionalidades: 61 franceses, 58 brasileiros e 28 alemães, além de italianos (9), espanhóis (2) e um argentino, entre outros.

Este foi o acidente mais letal da história da aviação comercial francesa.

Após um processo longo, marcado por opiniões conflitantes dos magistrados e que aconteceu de 10 de outubro a 8 de dezembro, o Ministério Público havia solicitado a absolvição das duas empresas, por considerar que era "impossível demonstrar" sua culpabilidade.

A requisição não foi aceita pelas partes civis, pois consideraram que "aponta exclusivamente contra os pilotos e a favor de duas multinacionais", criticou Danièle Lamy, presidente da associação 'Entraide et Solidarité AF447' (Cooperação e Solidariedade AF447), que representa os parentes das vítimas.

Durante todo o julgamento, os representantes da Airbus e da Air France alegaram que as empresas não cometeram nenhum crime. Os advogados pediram a absolvição, uma "decisão humanamente difícil, mas técnica e juridicamente justificada", segundo a direção da Airbus.