Jornal Correio Braziliense

O que se sabe até agora sobre o vazamento de informações sensíveis para os Estados Unidos

O suspeito

Jack Teixeira, 21 anos, formou-se em julho de 2022 na 102ª Ala de Inteligência da Guarda Nacional Aérea. Líder de um servidor da rede social Discord, ele compartilhou dezenas de documentos secretos e ultrassecretos do Pentágono. Jack cresceu em Providence (Rhode Island) e vivia com os pais em North Dighton (Massachusetts), a 33km.

Anos de vazamentos

As autoridades acreditam que ele tenha publicado informações secretas há anos. Jack trabalhou em uma base militar de Cape Cod (Massachusetts), onde teria começado a transcrever notas de inteligência secreta com o servidor do Discord chamado de "Thug Shaker Central", que abrigava 30 membros. 

O teor dos documentos

Contraofensiva da Ucrânia

As informações secretas e ultrassecretas divulgadas por Jack Teixeira colocavam em dúvida a capacidade da Ucrânia de reconquistar o território perdido para a Rússia, além de apontarem a degradação do sistema de defesa de Kiev e deficiências no treinamento das tropas. A capacidade de Kiev para manter defesas aéreas de médio alcance para proteger a linha de frente "se reduzirá a zero até 23 de maio", indicam os documentos. 

Baixas no front

Um dos documentos faz um balanço do conflito na Ucrânia em 1º de março de 2023 e avalia as perdas de vidas da Rússia entre 35.500 e 43.500 pessoas, frente às 16.000 a 17.500 da Ucrânia. Moscou também teria perdido mais de 150 aviões e helicópteros, frente aos mais de 90 de Kiev.

Uso de drone

Segundo um documento sem data, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, teria lamentado, em 28 de fevereiro, diante do mais alto general, que o seu exército não teria mísseis de longo alcance que permitiriam atacar as forças inimigas em território russo, e sugeriu realizar um ataque com drones. 

Protestos em Israel

Outro documento não datado afirma que os líderes do Mossad, o serviço secreto israelense, incentivaram funcionários da agência e cidadãos a protestarem contra a reforma judicial proposta pelo governo.

Vigilância do Mar Negro

Um documento de 27 de fevereiro analisa os voos de vigilância do Mar Negro por parte de EUA, Reino Unido, França e Otan, usando drones e aviões. Cerca de duas semanas depois da data desse documento, Washington acusou a Rússia de interceptar um dos seus drones MQ-9 Reaper sobre o Mar Negro e de destruí-lo.