Por Avinoam J. Patt
Símbolo de
resistência
"O levante do Gueto de Varsóvia, como a primeira revolta em massa em uma grande cidade na Europa ocupada pelo Exército nazista, tornou-se símbolo da resistência judia à opressão, inspirando rebeliões similares em Bialystok e Misnk, assim como revoltas nos campos de Treblinka e Sobibor, em 1943. O levante do Gueto de Varsóvia se tornaria o ponto focal da memória do Holocausto em Israel e nos Estados Unidos. O 19 de abril é lembrado desde 1944. No quinto aniversário, o famoso Monumento Rapaport foi construído, em Varsóvia. Em 19 de abril de 1953, o Knesset (Parlamento) aprovou a Lei Yad Vashem, para lembrar os mártires e heróis do levante. Para muitos judeus depois da Segunda Guerra Mundial, a revolta em Varsóvia tornou-se o prisma, por meio do qual eles escolheram lembrar o Holocausto. Um símbolo da determinação judaica de morrer uma morte heróica, para se vingar dos nazistas pelo assassinato do povo judeu."
Chefe da Cátedra Doris e Simon Konover de Estudos Judaicos da Universidade de Connecticut e autor de The jewish heroes of Warsaw — The afterlife of the revolt ("Os heróis judeus de Varsóvia — A vida após a revolta")
Por Zachary Mazur
Um sucesso
impossível
"O levante nunca poderia ter sido bem-sucedido, pois os judeus no Gueto estavam completamente cercados pelo Exército alemão, e a sociedade polonesa era indiferente ao seu destino. Os judeus que escaparam do Gueto não conseguiram encontrar ajuda do lado de fora. A maioria das pessoas se preocupava com suas próprias famílias, em tentar encontrar comida e em lutar pela sobrevivência. Não estavam interessados em ajudar uns aos outros. A ocupação nazista teve o efeito de severa atomização da sociedade. O sucesso poderia ser definido como um atraso na deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia para os campos de extermínio. Também poderia ser definido como o direito de alguns judeus a morrerem com dignidade, a escolherem seu próprio destino e a perecerem na batalha, em vez de em um campo da morte. Muito poucas pessoas foram capazes de sobreviver ao levante."
Historiador sênior no Museu POLIN — Museu da História dos Judeus Polacos, em Varsóvia