Com 441 vidas perdidas tentando chegar à Europa, o período de janeiro a março de 2023 foi o primeiro trimestre mais mortal para migrantes que atravessam o Mediterrâneo desde 2017, informou a ONU nesta quarta-feira (12).
A Organização Internacional para Migração (OIM) da ONU destacou que os atrasos nas operações de busca e salvamento (SAR) foram fundamentais em pelo menos seis incidentes desde o início do ano, resultando na morte de pelo menos 127 pessoas.
"A total falta de resposta a um sétimo caso custou a vida de pelo menos 73 migrantes", disse a OIM em um comunicado, acrescentando que os esforços de busca e resgate de organizações não governamentais diminuíram significativamente nos últimos meses.
O OIM disse ainda que o número de 441 mortes registradas nos primeiros três meses do ano é provavelmente inferior à realidade.
"A persistente crise humanitária no Mediterrâneo central é intolerável", enfatizou o chefe da OIM, Antonio Vitorino.
"Com mais de 20.000 mortes registadas nesta rota desde 2014, temo que estas mortes tenham ‘normalizado’", alertou, acrescentando que "os atrasos nas operações de busca e resgate realizadas pelos Estados custam vidas humanas".
O projeto "Migrantes Desaparecidos" da agência das Nações Unidas também investiga vários casos de embarcações desaparecidas, onde não há vestígios de sobreviventes ou dos restos da embarcação, portanto também não há operações de resgate.
O destino de mais de 300 pessoas a bordo dessas embarcações permanece incerto, disse a organização.