VISITA

Em encontro com refugiados, Papa pede à Hungria que demonstre caridade

Francisco também lembrou que o Evangelho instrui os cristãos a mostrarem amor e compaixão a todos, especialmente aqueles que experimentam a pobreza e a dor

Agência Estado
postado em 29/04/2023 12:45 / atualizado em 29/04/2023 12:45
 (crédito: SIMONE RISOLUTI / VATICAN MEDIA / AFP)
(crédito: SIMONE RISOLUTI / VATICAN MEDIA / AFP)

Em seu segundo dia de visita à Hungria, o Papa Francisco agradeceu ao povo húngaro por ter acolhido refugiados vindos da Ucrânia e enfatizou a necessidade de uma cultura de caridade no país, que vem adotando uma política anti-imigração nos últimos anos, sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Em encontro neste sábado (29/4) na Igreja de Santa Isabel, em Budapeste, o Papa se reuniu com refugiados e fiéis. Parte dos refugiados presentes havia fugido da Ucrânia, vizinha da Hungria, após a eclosão da guerra na região. "O amor que Jesus nos dá e nos ordena praticar pode ajudar a erradicar os males da indiferença e do egoísmo da sociedade, de nossas cidades e dos lugares onde vivemos - a indiferença é uma praga - e reacender a esperança por um mundo novo, mais justo e fraterno, onde todos possam se sentir em casa", disse Francisco.

Francisco também lembrou que o Evangelho instrui os cristãos a mostrarem amor e compaixão a todos, especialmente aqueles que experimentam a pobreza e a dor e "até mesmo aqueles que não são crentes". A política anti-imigração de Orbán, com a justificativa de que outras populações poderiam ameaçar o cristianismo na Europa, vêm rejeitando pedidos de asilo vindos do Oriente Médio e da África, ao mesmo tempo em que o país mantém portas abertas aos refugiados vindos da Ucrânia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 35 mil refugiados permanecem na Hungria e se registraram para o pedido de proteção temporária, emitido para ucranianos que deixaram seu país de origem devido à guerra.

Após o encontro na igreja de Budapeste, o Papa se reuniu com o representante da Igreja Ortodoxa russa na Hungria, metropolita Hilarion, na embaixada da Santa Sé na capital húngara, reunião que foi "cordial", de acordo com o Vaticano. Apesar disso, o apoio da igreja russa à guerra impediu um encontro do Papa com o patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa russa e aliado do presidente da Rússia Vladimir Putin. Eles se encontraram pela primeira vez em 2016, em Cuba.

Na véspera da viagem à Hungria, o Papa havia recebido, na quinta-feira (27/4) o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, no Vaticano. "Conversamos sobre a fórmula de paz e a possível ajuda de Sua Santidade e do Vaticano para cumprir todas as etapas do plano de paz do presidente Volodymyr Zelensky", afirmou Shymhal.

O Papa chegou a Budapeste na sexta-feira (28/4) e deve permanecer na capital do país ao longo de todo o fim de semana por motivos de saúde. Essa é a segunda viagem do Papa à Hungria em dois anos. A última visita da autoridade da Igreja Católica havia sido em 2021.

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