A associação anticorrupção Anticor anunciou nesta terça-feira (25/4) que denunciou o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, no dia 7 de abril, por suspeita de corrupção na atribuição da Copa do Mundo de 2022 ao Catar.
O processo, revelado pelo jornal Le Monde, também visa seu ex-braço direito Claude Guéant, o publicitário François de la Brosse e o ex-primeiro-ministro do Catar, Hamad Ben Jasem al Thani.
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A Anticor os considera suspeitos de tráfico de influência, corrupção de agente público estrangeiro, associação criminosa, financiamento ilegal de campanha eleitoral e ocultação desse delito.
A associação se baseia em um artigo da mídia investigativa Mediapart sobre a livre colaboração de La Brosse na campanha presidencial de Sarkozy em 2007 e como assessor de comunicação na Presidência.
Em 2011, a sua empresa ZNZ enfrentou problemas financeiros e o publicitário, que avaliou os benefícios não faturados em quase 2,8 milhões de euros (3,07 milhões de dólares), contatou o presidente e Guéant.
Segundo a Mediapart, a ZNZ e a empresa catari Q.Media teriam assinado um protocolo de acordo em 2011 para criar um canal de televisão na web, "Enjoy Qatar". A Q.mídia supostamente pagou 600.000 euros (US$ 660.000) à empresa francesa.
Nesse processo, consultado pela AFP, a Anticor fala ainda de outras faturas e de uma participação da Q.Media na empresa francesa.
A Anticor quer que essa informação seja incorporada à investigação aberta sobre as condições da concessão, em dezembro de 2010, da Copa do Mundo ao Catar.
Neste caso aberto em 2019, os investigadores procuram determinar se a atribuição do Mundial ao Catar foi ligada a um almoço no Palácio do Eliseu em 2010 em que todas as partes saíram vencedoras.
Este evento juntou Sarkozy, Michel Platini, então presidente da Uefa, e o príncipe herdeiro do Catar, Tamin ben Hamad al Thani, que se tornou emir em 2013.
O advogado da Anticor, Jean-Baptiste Soufron, destacou assim as "possíveis ligações com a atribuição da Copa do Mundo ao Catar" e com a "campanha presidencial" que levou à vitória de Sarkozy em 2007.
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