Espanha vai viver nesta semana uma onda de calor excepcional para esta época do ano, com máximas de 40ºC esperadas em Andaluzia (sul), enquanto todo o território sofre uma seca prolongada com consequências catastróficas para a agricultura.
O país experimentará valores "típicos do verão e excepcionalmente altos para essas datas", alertou a Agência Meteorológica Federal (Aemet) em comunicado.
Esta onda de calor, ligada à "entrada progressiva de uma massa de ar muito quente e seca, de origem africana, sobre a Península e as Ilhas Baleares", atingirá o seu ponto máximo no final da semana no sul do país, informou o órgão.
Segundo a Aemet, as temperaturas vão ultrapassar os 30ºC na terça (25/4) e na quarta-feira (26/4) em grande parte do sul do país, com possíveis máximas de 35ºC em Andaluzia, nas regiões de Valência e Múrcia, na costa mediterrânea.
Depois continuarão subindo, atingindo "35°C no geral" na quinta e sexta-feira na metade sul do país e no vale do Ebro (nordeste), e até "40°C" são esperados no vale do Guadalquivir, em Andaluzia.
Segundo a Aemet, as temperaturas desta semana ficarão em média entre 6º e 10ºC acima do normal para a estação.
Mas em alguns lugares, eles estarão entre "15 e 20 graus" acima dos valores normais até o final de abril, disse o porta-voz da agência, Rubén del Campo, no Twitter.
A onda de calor ocorre como parte de uma primavera excepcionalmente quente e seca na Espanha, especialmente na Catalunha (nordeste), que enfrenta sua pior seca em décadas, onde as autoridades já emitiram ordens para reduzir o uso da água.
Com a falta de chuvas, os reservatórios - que armazenam a água da chuva para uso nos meses mais secos - estão com apenas um quarto de sua capacidade na região, segundo as autoridades locais. Muitos agricultores tiveram que desistir do plantio nas últimas semanas.
"Estamos em um momento difícil do ponto de vista hidrológico", sobretudo porque os lençóis freáticos e os reservatórios na Espanha têm se esgotado nos últimos anos devido a uma falta de chuvas crônica, como reconheceu na semana passada o ministro da Agricultura, Luis Planas.
De acordo com dados do serviço europeu Copernicus publicados na quinta-feira (20/4), a Europa, onde as temperaturas aumentam o dobro da média global, viveu seu verão mais quente desde que os registros começaram, em 1950.
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