Eleições nos EUA

Apesar de pesquisas desfavoráveis, Biden deve anunciar candidatura à reeleição

Esta seria a quarta campanha presidencial de Joe Biden: antes de ser eleito em 2020, foi candidato em 1988 e em 2008

Agence France-Presse
postado em 24/04/2023 16:42
 (crédito: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Depois de meses de suspense, Joe Biden pode finalmente anunciar sua candidatura ao segundo mandato como presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (25), ignorando as dúvidas que pairam em torno de sua idade avançada.

Nem a Casa Branca, nem o Partido Democrata, nem o próprio Biden confirmaram, mas a candidatura do líder de 80 anos é um segredo aberto e vários meios de comunicação, que citam fontes anônimas, garantem que o anúncio será feito em uma mensagem gravada nesta terça-feira.

De todo modo, não é a primeira vez que seus assessores insinuam que haverá um anúncio iminente, sem que se concretize. Se reeleito, o atual presidente terminaria o mandato aos 86 anos.

Terça-feira não é uma data qualquer. Marca quatro anos do início da campanha na qual Biden venceu o republicano Donald Trump, que pode ser novamente seu adversário nas urnas em 2024.

O magnata de 76 anos também é candidato à indicação republicana para as presidenciais de 2024 e tem possibilidades de vencê-las, apesar de responder a processos em um tribunal de Nova York e de ser objeto de várias investigações. Sua previsão é de que Biden não concorrerá "porque algo não vai bem" de "um ponto de vista físico e mental".

Não há atos de campanha previstos na agenda de Biden para esta terça. O presidente fará, no entanto, um discurso a um sindicato sobre um tema que pode se tornar um eixo eleitoral: devolver a "dignidade" ao povo americano "esquecido", uma parcela da população que Donald Trump vem seduzindo há bastante tempo.

À noite, o presidente e a primeira-dama Jill Biden visitarão o Memorial à Guerra da Coreia, em Washington, junto com seu par sul-coreano, Yoon Suk Yeol, e sua esposa, Kim Keon Hee, no começo de uma visita de Estado que lhe dará a oportunidade de falar sobre política externa.

Os anos não perdoam

Geralmente, os presidentes americanos que tentam a reeleição costumam vencê-la, mas, desta vez, sua idade representa um desafio.

Em novembro de 2021 e em fevereiro de 2023, Biden se submeteu a exames que concluíram que ele gozava de "boa saúde".

Até o momento, ele parece ter energia suficiente para enfrentar as crises internacionais e as reformas, mas o passar do tempo é implacável.

Ele claramente caminha com mais lentidão e frequentemente trava a língua ao falar em público, duas condições que surpreendem até mesmo alguns apoiadores.

Segundo uma pesquisa da NBC News publicada no fim de semana, 70% dos americanos, incluindo 51% dos democratas, acreditam que ele não deveria concorrer a um segundo mandato.

Trump ou outro?

Joe Biden sabe que, segundo as pesquisas, que devem ser interpretadas com cautela, a candidatura de Trump não gera entusiasmo. Mas a sua também não.

O democrata está convencido de que, se conseguiu derrotá-lo uma vez, pode fazê-lo de novo, graças a sua personalidade afável e seu programa unificador.

Contudo, há uma incógnita: quais seriam as possibilidades de Biden, caso ele esteja diante de um adversário mais jovem em novembro de 2024, como por exemplo, o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos?

Esta estrela em ascensão da direita americana mais conservadora não apresentou sua candidatura, mas acredita que tem chances de derrotar o democrata. "Tenho o necessário para ser presidente e posso vencer Biden", declarou DeSantis em março.

Esta seria a quarta campanha presidencial de Joe Biden: antes de ser eleito em 2020, foi candidato em 1988 e em 2008. Em 2015, muito afetado pela morte de seu filho mais velho, o democrata, então vice-presidente, não quis tentar a sorte ao término do segundo mandato de Barack Obama.

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