O governo dos Estados Unidos criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (17/4), após o chefe do Executivo brasileiro dizer que o país “encoraja a guerra” entre a Ucrânia e a Rússia. Para a Casa Branca, Lula “repete” ou “papagueia” a “propaganda russa e chinesa sem olhar os fatos em absoluto”.
A crítica de Lula foi dita para repórteres chineses em Pequim, no último sábado (15/4), após o encontro dele com o presidente da China, Xi Jinping. “Os Estados Unidos precisam parar de encorajar a guerra e começar a falar sobre a paz”, disse o petista ao falar sobre o fornecimento de armas à Ucrânia.
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Em coletiva de imprensa com jornalistas, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que as declarações são “profundamente problemáticas”. John afirma que os EUA não têm “nenhuma objeção a qualquer país que queira tentar pôr fim à guerra”.
“Isso poderia acontecer agora se o Sr. Putin parasse de atacar a Ucrânia e retirasse suas tropas”, disse, ao encerrar o assunto. O clima de tensão entre os EUA e o Brasil se elevou após a chegada de Sergey Lavrov, ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, em Brasília. Ele se reuniu com Lula na tarde desta segunda-feira (17/4) para “perspectivas de cooperação em áreas de interesse comum”, diz comunicado do Itamaraty.
Depois da reunião, Lavrov emitiu comunicado em que afirma que Lula e ele falaram “muito sobre questões relevantes na agenda internacional, afirmando que as abordagens da Rússia e do Brasil para questões que ocorrem atualmente no mundo são semelhantes”.
A aproximação entre os dois países é vista com desconfiança pela imprensa estadunidense. O The New York Times relatou contatos recentes entre as duas nações, principalmente após a guerra da Ucrânia, e citou uma dependência comercial do Brasil com a Rússia.
“O Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, depende da Rússia para um quarto de seus fertilizantes. Em 2022, quando a Rússia atacou a Ucrânia, o Brasil comprou mais de 8,8 milhões de toneladas de fertilizantes russos, abaixo dos 10,2 milhões em 2021”, escreveu o jornal.
Também foi citado uma padrão da Rússia em “cortejar países que são aliados em potencial na luta contra a Ucrânia, ou, pelo menos, nações que não enviarão armas e outros tipos de ajuda à nação devastada pela guerra”.
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