O Pentágono disse nesta sexta, 7, que está investigando a origem do vazamento nas redes sociais de documentos secretos que detalham os planos dos EUA e da Otan para apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, além das ações americanas no Oriente Médio e na China. "Estamos cientes dos relatos de postagens e estamos revisando a questão", disse a porta-voz Sabrina Singh.
Os documentos foram divulgados no Twitter e no Telegram e contêm gráficos e detalhes sobre o envio de armas, reforço de batalhões e outras informações confidenciais. De acordo com o New York Times, as informações têm pelo menos cinco semanas e a mais recente é de 1.º de março.
Detalhes
Um dos documentos resume os horários de treinamento de 12 brigadas de combate ucranianas e afirma que nove delas foram treinadas pelos EUA e pela Otan. Segundo o texto, elas precisariam de 250 tanques e mais de 350 veículos de combate.
Os documentos, que incluem pelo menos um com a classificação de "ultrassecreto", circularam em canais pró-Rússia, o que aumenta a suspeita da ação de hackers. O vazamento também detalha o nível de consumo de munições sob controle militar ucraniano, incluindo o sistema de foguetes Himars, de fabricação americana.
De acordo com analistas militares, alguns documentos parecem ter sofrido alterações como parte de uma campanha de desinformação de Moscou, com número de baixas ucranianas infladas e de perdas russas minimizadas.
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Objetivo
A escala do vazamento - analistas dizem que mais de 100 documentos podem ter sido obtidos -, além da sensibilidade dos próprios textos, pode ser extremamente prejudicial, disseram autoridades dos EUA.
Um alto funcionário da inteligência americana chamou o vazamento de "um pesadelo para os Cinco Olhos", em uma referência a EUA, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, as chamadas nações dos Cinco Olhos que compartilham inteligência.
Mick Mulroy, ex-alto funcionário do Pentágono, disse que o vazamento representa "uma violação significativa na segurança" que pode atrapalhar o planejamento militar ucraniano. "Como muitos deles eram fotos de documentos, parece que foi um vazamento deliberado feito por alguém que desejava prejudicar os esforços da Ucrânia, dos EUA e da Otan", disse.
Especialistas disseram que é difícil tirar conclusões sobre quem divulgou as informações ou por quê. Um alto funcionário ucraniano disse que o vazamento parecia ser uma manobra russa para desacreditar uma contraofensiva da Ucrânia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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