Durante visita a Pequim, o presidente da França, Emmanuel Macron, pediu ao colega chinês Xi Jinping apoio para "trazer a Rússia a razão" — uma alusão ao conflito na Ucrânia. Os dois chefes de Estado também saíram em defesa das negociações de paz "o mais rápido possível". O francês afirmou, de maneira clara, que seu objetivi é dissuadir a China de avalizar a invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. "Sei que posso contar com você para trazer a Rússia à razão e levar todos de volta à mesa de negociações", declarou Macron, depois de uma reunião bilateral com Xi.
Em uma declaração conjunta à imprensa após o encontro, que ocorreu a portas fechadas, os dois líderes reafirmaram o apelo por negociações de paz entre Kiev e Moscou "o mais rápido possível". Ambos também sublinharam a oposição ao uso de armas nucleares no conflito. "Não podem usar armas nucleares", disse o presidente chinês, que condenou os ataques a civis e qualquer "uso de armas biológicas e químicas".
O Kremlin, no entanto, rapidamente esfriou a situação, ao descartar a possibilidade de mediação chinesa, apesar da relação estratégica entre as duas potências. "Claro que a China dispõe de um potencial formidável e eficaz para serviços de mediação", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em Moscou. "Mas a situação com a Ucrânia é complexa e, no momento, não há perspectiva de uma solução política."
Reunião trilateral
Após as declarações à imprensa, Macron e Xi iniciaram uma reunião trilateral com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "Contamos com a China para não entregar equipamentos militares à Rússia, direta ou indiretamente, porque sabemos que armar o agressor seria contrário às leis internacionais e prejudicaria consideravelmente nossa relação", afirmou a chefe do Executivo da União Europeia. Von der Leyen considera que a postura chinesa sobre a guerra será um "fator determinante" para o futuro da relação do país com a União Europeia.
Macron pediu a Xi que "não entregue nada à Rússia que possa ser usado em sua guerra contra a Ucrânia", afirmou um diplomata francês que acompanhou a reunião. Embora Pequim se declare oficialmente neutro, o governo chinês não condenou a invasão russa da Ucrânia e Xi Jinping não conversou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
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