Jornal Correio Braziliense

JUSTIÇA

Júri vota para indiciar Trump por suborno contra atriz pornô; entenda

Com a decisão, o indiciamento deverá ser oficializado nos próximos dias pelo tribunal estadual de Nova York

Um grande júri do tribunal de Nova York votou para que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, fosse indiciado criminalmente por subornar a atriz pornô Stormy Daniels, a fim de que um caso que os dois tiveram antes das eleições presidenciais de 2016 não viesse à tona. A votação ocorreu na noite desta quinta-feira (30/3). 

Com a decisão, o indiciamento deverá ser oficializado nos próximos dias pelo tribunal estadual de Nova York. O caso causa burburinho desde 2018, quando veio à tona. De acordo com as denúncias, o ex-presidente falsificou registros da empresa dele, a Organizações Trump, para pagar 130 mil dólares para Stephanie Clifford, mais conhecida na indústria pornográfica como Stormy Daniels.

O pagamento foi feito pelo então advogado do ex-presidente Michael Cohen, em 2016, na reta final da campanha à presidência que o levou a dirigir o país por quatro anos após derrotar a democrata Hillary Clinton.

Depois, já na Casa Branca, Trump assinou cheques que reembolsaram Cohen pelo suborno, mas que foram lançados nos relatórios da empresa dele como gastos com despesas jurídicas. Em 2018, procuradores federais analisaram o escândalo, que consideraram o ocorrido como uma violação das regras de financiamento de campanha e Cohen se declarou culpado.

Apesar de os investigadores afirmarem que o advogado agiu “em coordenação e sob direção” de Trump, o então presidente não foi processado. O caso foi retomado em 2021, mas não prosseguiu. Agora, em 2023, o promotor Alvin Bragg reabriu o caso e está à frente da acusação.

Trump afirma que indiciamento é “caça às bruxas” que sairá pela “culatra em Joe Biden”

O indiciamento pode ser uma ameaça para a candidatura de Trump para à presidência dos EUA em 2024. Ao receber a notícia sobre a decisão do júri, o ex-presidente enviou à Fox News um comunicado em que classifica o episódio como uma “caça às bruxas”, “perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”.

“Desde o momento em que desci a escada rolante dourada da Trump Tower, e mesmo antes de ser empossado como seu Presidente dos Estados Unidos, os Democratas de Esquerda Radical – o inimigo dos homens e mulheres trabalhadores deste país – estão engajados em uma caça às bruxas para destruir o movimento Make America Great Again”, escreveu Trump no comunicado, ao citar episódios em que ele foi responsabilizado pela oposição, como a invasão no Capitólio.

O ex-presidente diz que os democratas não pouparam esforços na obsessão de tentar “pegar Trump”, mas agora fizeram “o impensável”: “indiciar uma pessoa completamente inocente em um ato de flagrante interferência eleitoral”.

O empresário também insinuou que os democratas aparelham o sistema de justiça dos EUA para “punir um oponente político”, “que por acaso é presidente dos Estados Unidos e, de longe, o principal candidato republicano à presidência”. Trump também direcionou críticos ao promotor Alvin Bragg, a quem aponta ser “financiado por George Soros” (filantropo e apontado como opositor pelos Republicanos) e que está “fazendo o trabalho sujo de Joe Biden”.

“Acredito que esta caça às bruxas vai sair pela culatra maciçamente em Joe Biden. O povo americano percebe exatamente o que os democratas de esquerda radical estão fazendo aqui. Todos podem ver”, declara Trump.

“Portanto, nosso movimento e nosso partido - unidos e fortes - primeiro derrotarão Alvin Bragg e depois derrotaremos Joe Biden e expulsaremos cada um desses democratas desonestos do cargo para que possamos FAZER A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!”, acrescenta.

Com informações da AFP