Os Estados Unidos condenaram nesta quinta-feira (30/3) a detenção na Rússia de um jornalista americano do The Wall Street Journal, acusado de "espionagem".
Autoridades americanas disseram que estavam em contato com a família do jornalista detido, Evan Gershkovich, e que tanto o jornal quanto o Departamento de Estado haviam contatado a Rússia.
"A perseguição de cidadãos americanos pelo governo russo é inaceitável. Condenamos a detenção do Sr. Gershkovich nos termos mais fortes", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em um comunicado.
"Quero reiterar veementemente que os americanos devem prestar atenção ao aviso do governo dos EUA para não viajar à Rússia. Cidadãos americanos que residam ou estejam em viagem na Rússia devem sair imediatamente".
O presidente Joe Biden foi informado sobre a prisão, segundo a Casa Branca.
O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, em nota, relacionou a prisão à repressão da imprensa na Rússia, cuja relação com Washington se deteriorou gravemente desde a invasão da Ucrânia.
"Condenamos nos termos mais fortes possíveis as contínuas tentativas do Kremlin de intimidar, reprimir e punir jornalistas e vozes da sociedade civil", declarou.
Estima-se que Gershkovich possa ser o primeiro jornalista estrangeiro preso por suspeita de espionagem na Rússia pós-soviética.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse entender que os jornalistas precisam correr riscos para fazerem seu trabalho.
"Mas isso não muda nossa profunda preocupação com a presença de americanos" na Rússia, disse ele a jornalistas.
Outros cidadãos estão presos na Rússia, incluindo Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval preso em 2018 e condenado a 16 anos de prisão por acusações que nega.
"Não é uma tática nova para (o presidente Vladimir) Putin e autoridades russas deterem estrangeiros, principalmente americanos", disse Kirby.
Apesar das tensões, a Rússia e os Estados Unidos realizaram recentemente trocas de prisioneiros.