Autoridades da Suíça encerraram nesta quarta-feira (23/3) a investigação de um caso que chocou o país, em que quatro pessoas de uma mesma família morreram.
Os investigadores concluíram que as mortes foram planejadas e executadas pelos adultos da família, sem qualquer intervenção externa.
Os quatro integrantes da família morreram em 24 de março do ano passado em Montreux.
Uma menina de oito anos, um menino de 15 anos, o pai, a mãe e a irmã gêmea da mãe caíram do apartamento do sétimo andar. Apenas o menino sobreviveu.
Ele ficou em coma por um tempo, mas já se recuperou dos ferimentos graves. Ele diz que não se lembra dos eventos daquele dia, segundo os investigadores.
As evidências forenses não revelaram sinais de briga antes das mortes, e as autópsias não mostraram vestígios de drogas.
Após um ano de investigação, as autoridades suíças agora dizem que a mãe da família e sua irmã estavam fortemente envolvidas em teorias de conspiração.
Há dois anos, a família havia se mudado da França para a Suíça.
Após as mortes, a polícia encontrou o apartamento cheio de alimentos, remédios e materiais de higiene, cuidadosamente guardados e organizados. A família raramente saía e as crianças eram educadas em casa.
As duas mulheres tinham uma profunda desconfiança do governo e das autoridades locais, dizem os investigadores, e criaram as crianças para acreditar que o mundo externo era um lugar hostil.
A pandemia de covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia serviram para fortalecer ainda mais essas suas convicções.
As buscas no apartamento e a análise dos aparelhos eletrônicos da família revelaram que o suicídio coletivo foi cuidadosamente planejado e até ensaiado.
Os adultos aparentemente esperavam, diz o relatório da polícia, o momento certo para partir para o que acreditavam ser um "mundo melhor".
O que parece ter desencadeado a decisão foi uma visita da polícia de Montreux para averiguar o bem-estar da família.
Policiais passaram na casa da família na mesma manhã do suicídio para pedir ao pai que fosse a uma reunião com as autoridades locais de educação para discutir a educação domiciliar de seu filho, depois que a família deixou de responder a diversas cartas.
Eles não deixaram a polícia entrar na casa e se mataram minutos depois.
Na terça-feira, as autoridades suíças fizeram um apelo para que se respeite a privacidade do menino que sobreviveu.
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