A Ucrânia denunciou neste domingo (19/3) o "cinismo" do presidente russo, Vladimir Putin, após sua visita surpresa à cidade de Mariupol, capturada no ano passado pelas forças de Moscou, acrescentando que fez isso à noite, como um "ladrão".
"O criminoso sempre volta à cena do crime (...) o assassino de milhares de famílias de Mariupol veio admirar as ruínas da cidade e (seus) túmulos. Cinismo e falta de remorso", tuitou o conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak.
Também no Twitter, o Ministério ucraniano da Defesa afirmou que o presidente russo visitou Mariupol "como um ladrão (...) na calada da noite".
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"Em primeiro lugar, é mais seguro. Além disso, a escuridão permite destacar o que você quiser mostrar e mantém a cidade que seu Exército destruiu completamente e seus poucos habitantes sobreviventes longe de olhares indiscretos", afirmou o ministério.
"O criminoso internacional Putin visitou, à noite, a Mariupol ocupada, provavelmente para não ver, à luz do dia, a cidade assassinada por sua 'libertação'", escreveu a Câmara Municipal no Telegram.
Esta foi a primeira viagem de Putin à zona ocupada desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Localizada no sudeste da Ucrânia, Mariupol caiu nas mãos de Moscou em meio de 2022, após meses de cerco e de bombardeios que devastaram a cidade.
Putin fez a viagem apenas dois dias depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, pedir sua prisão pela deportação de crianças de áreas da Ucrânia ocupadas pela Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse à imprensa que Putin decidiu fazer a viagem no último minuto. Foi uma visita "muito espontânea", frisou.
"Seus deslocamentos na cidade tampouco estavam previstos", acrescentou, referindo-se à visita a um teatro local e a um encontro com alguns moradores.
Também no sábado, o presidente russo visitou a península da Crimeia, pelo nono aniversário de sua anexação por parte de Moscou.
Depois de chegar a Sebastopol, no Mar Negro, Putin inaugurou uma escola de arte para crianças, acompanhado do governador local, Mikhail Razvojayev, segundo imagens transmitidas pela televisão.
A visita não significou uma pausa nas operações militares do leste da Ucrânia, nas quais pelo menos duas pessoas morreram em bombardeios russos, segundo fontes ucranianas.
A Rússia anexou a Crimeia em 18 de março de 2014, após um referendo não reconhecido por Kiev, nem pela comunidade internacional.
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