O Kremlin negou nesta sexta-feira (17/3) qualquer validade jurídica ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra, alegando que a Rússia não reconhece esse tribunal.
"A Rússia, como vários Estados, não reconhece a jurisdição desse tribunal e, portanto, do ponto de vista da lei, as decisões desse tribunal são nulas", disse o porta-voz do presidente russo, Dmitri Peskov.
O ex-presidente russo Dmitri Medvedev comparou o mandado de prisão a papel higiênico.
"Não há necessidade de explicar onde esse papel deve ser usado", escreveu ele no Twitter em inglês, junto com um emoticon de papel higiênico.
O tribunal de Haia emitiu mandados de prisão para Putin e para a comissária presidencial da Rússia para os Direitos da Infância, Maria Alekseyevna Lvova-Belova.
Ambos são acusados de suposto envolvimento na deportação de crianças em áreas da Ucrânia ocupadas por Moscou, após a invasão do país em fevereiro de 2022.
"Que bom que a comunidade internacional apreciou o trabalho para ajudar as crianças do nosso país", disse a comissária Lvova-Belova, ironicamente, citada pela agência estatal de notícias RIA Novosti.
"Recebi sanções de todos os países, inclusive do Japão, e agora um mandado de prisão (...), mas vamos continuar trabalhando", acrescentou.
Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, considerou que a "importante decisão" do TPI marca "o início do processo (...) para que a Rússia e seu líder sejam responsabilizados pelos crimes e atrocidades que estão cometendo na Ucrânia".
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