EUA convocam embaixador russo após colisão entre caça e drone americano

O governo dos Estados Unidos classificou o ocorrido como uma "clara violação do direito internacional". A colisão, que ocasionou a derrubada do avião não tripulado, ocorreu sobre o Mar Negro

AFP

Os Estados Unidos convocaram o embaixador da Rússia em Washington para expressar “forte objeção" após colisão entre um caça russo e um drone estadunidense sobre o Mar Negro, nesta terça-feira (14/3). A Casa Branca classificou o episódio como uma "interceptação insegura e pouco profissional”.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, informou que a autoridade será recebida na sede do departamento. “Estamos em contato direto com os russos, mas uma vez a níveis superiores, para transmitir nossa forte objeção a esta interceptação insegura e pouco profissional, que provocou a queda do avião americano não tripulado”, disse aos jornalistas estadunidenses.

Além disso, o embaixador dos EUA em Moscou, capital russa, enviou um protesto por escrito ao Ministério das Relações Exteriores do país liderado por Vladimir Putin. Os EUA classificaram o ocorrido como uma “clara violação do direito internacional”.

A colisão foi confirmada pelo comando militar dos EUA na Europa no início da tarde desta terça-feira (14/3). De acordo com o comandante da Força Aérea Americana na Europa general James Hecker, a aeronave MQ-9 estava no espaço aéreo internacional “realizando operação de rotina quando foi interceptada e atingida por um avião russo, o que resultou em um acidente e a perda total” do drone — que não era tripulado e estava a serviço da Inteligência, Vigilância e Reconhecimento dos EUA.

Dois caças russos estiveram envolvidos na intercepção do drone. Um deles “despejou combustível” e voou na frente da aeronave “de maneira irresponsável, ambientalmente questionável e pouco profissional”. O general Hacker ainda garantiu que os drones estadunidenses continuarão a operar no espaço aéreo internacional e pediu “aos russos que se comportem de forma segura e profissional”.

O ocorrido eleva a tensão que se mantém há pouco mais de um mês entre os dois países após a derrubada de um balão da China — país aliado da Rússia — que circulava o espaço aéreo estadunidense — os EUA afirmam que o objeto era equipado com equipamentos de vigilância. A relação entre as nações já estava desgastada em decorrência da invasão da Rússia em território ucraniano.

O que diz a Rússia

Em comunicado obtido pelo The Guardian, o Ministério da Defesa da Rússia informou que os combatentes russos "não usaram armas aéreas e não entraram em contato" com o drone dos Estados Unidos. A pasta informou que os caças foram escalados para identificar a aeronave que voava "em direção à fronteira do estado da Federação Russa", mas não disparou contra ele. 

“Como resultado de manobras bruscas por volta das 9h30 (horário de Moscou), o veículo aéreo não tripulado MQ-9 entrou em voo descontrolado com perda de altitude e colidiu com a superfície da água”, alegou o ministério, acrescentando que seus caças retornaram com segurança para sua base.

Com informações da AFP