Jornal Correio Braziliense

TRAGÉDIA

Novos protestos na Grécia após tragédia ferroviária

A colisão entre um trem de passageiros e um trem de carga em 28 de fevereiro no centro do país deixou 57 mortos, a maioria estudantes

Milhares de pessoas protestaram neste domingo (12/3) na Grécia para pressionar o governo após o acidente de trem mais letal da história do país.

Quase 8.000 manifestantes se reuniram em Atenas e cerca de 5.000 em Tessalônica, a segunda maior cidade do país, de acordo com a polícia.

Na capital, os protestos ocorreram na praça Syntagma, perto do Parlamento, e manifestantes exibiam cartazes com frases como: "Não esqueceremos, não perdoaremos" e "Seremos a voz de todos os mortos".

A colisão entre um trem de passageiros e um trem de carga em 28 de fevereiro no centro do país deixou 57 mortos, a maioria estudantes.

Quatro funcionários do setor ferroviário foram indiciados, mas a revolta da população é motivada principalmente pela má gestão da rede de trens.

"A ira e a raiva me fizeram vir", declarou à AFP Markella, 65 anos, em Atenas.

"Estamos desesperados. Não sabemos o que dizer, o que fazer, tudo que podemos fazer é participar desta manifestação", disse Alexandros, 26 anos, que também ão quis revelar o sobrenome.

A maior manifestação aconteceu na quarta-feira, com 65.000 pessoas. A multidão pediu a renúncia do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.

O chefe de Governo foi criticado por ter inicialmente apontado como causa da tragédia "uma falha humano" do diretor da estação ferroviária, um dos quatro acusados.

Porém, há muitos anos os sindicatos alertam para as péssimas condições do setor, devido a falta funcionários e ao atraso na modernização dos sistemas de segurança.

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