Uma menina chinesa de 1 ano precisou passar por uma cirurgia delicada após uma equipe de médicos descobrirem que ela carregava o feto de um "gêmeo parasita" no cérebro.
A condição rara é chamada de Fetus-in-fetu (FIF). Durante a gestação da paciente, no quinto dia de desenvolvimento embrionário, houve um problema na separação das células do que seriam gêmeos idênticos. Com isso, houve uma má-formação, fazendo um dos fetos se alojar dentro do outro. Durante o passar da gravidez, ambos se desenvolveram no útero da mãe — mas um deles, o "gêmeo parasita", cresceu dentro do crânio da irmã.
A cirurgia e o acompanhamento do caso foi feito por médicos da Universidade Fudan, em Shangai, e descritos na edição de dezembro de 2022 da revista Neurology.
Conforme detalhes da revista científica Neurology, a menina apresentava "atraso motor e perímetro cefálico aumentado", e por isso a remoção teve que ocorrer com urgência. Mesmo um ano após o nascimento da menina, o "gêmeo parasita" continuou a sobreviver porque compartilhou um suprimento de sangue com a irmã.
Após o remoção cirúrgica, o "gêmeo parasita" — que tinha 10cm — passou por exames e o sequenciamento de todo o genoma revelou "variantes idênticas de nucleotídeo único na criança e no feto."
A condição de gêmeo parasita é considerada extremamente rara. Pouco mais de 200 casos já foram documentados, dos quais apenas 18 ocorreram dentro do crânio.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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