Uma onda de manifestações mobilizou mulheres de todos os continentes, ontem, em defesa de seus direitos e conquistas, que vêm retrocedendo em países como o Afeganistão, ou estão sob pressão em nações como os Estados Unidos, onde o direito ao aborto é questionado. Os protestos também repudiaram a explosão dos índices de violência e feminicídio verificados, sobretudo, nas Américas do Sul e Central, com Brasil, Colômbia e México como destaques.
No conservador e patriarcal Paquistão, milhares de mulheres foram às ruas apesar da tentativa das autoridades de várias cidades de impedir os atos. "Não vamos mais ficar caladas. É nosso dia, nosso momento", afirmou a professora Rabail Akhtar, em Lahore.
No Afeganistão, classificado pela ONU como "o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres", cerca de 20 mulheres desafiaram as severas restrições impostas pelo Talibã e se manifestaram em Cabul.
Em um gesto de grande simbolismo, o Reino Unido congelou os ativos e proibiu a entrada ao país de pessoas e entidades responsáveis por agressões contra as mulheres no Irã, na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-africana. Comportamento idêntico foi adotado na véspera pela União Europeia.
Na Irlanda, onde a Igreja Católica exerceu, durante décadas, um ferrenho domínio moral, o governo anunciou para novembro um referendo para decidir se serão eliminados artigos constitucionais que determinam que o lugar da mulher é "o lar".
Cidades da Espanha também foram palco de protestos. O centro de Madri foi tomado por uma multidão, que incluiu ministras do partido de esquerda radical Podemos. Na França, a data também foi marcada pela luta contra a reforma da Previdência.
Uma das reivindicações centrais dos protestos foi a defesa do direito ao aborto, fragilizada nos Estados Unidos pela decisão da Suprema Corte de revogar a sentença de 1973, que garantia a interrupção voluntária da gravidez em âmbito federal. Esse direito também foi reduzido na Hungria e na Polônia.
Contrariando essa tendência, o presidente Emmanuel Macron declarou seu apoio a uma iniciativa de blindar essa prerrogativa. "Quero que a força dessa mensagem nos ajude a mudar nossa Constituição para marcar a liberdade das mulheres a recorrer à interrupção voluntária da gravidez", declarou.
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