Um tribunal espanhol condenou um homem a pagar à ex-esposa mais de 200.000 euros (cerca de US$ 213.000, R$ 1,1 milhão), resultado da adição de mais de duas décadas de salário por trabalho doméstico no período em que permaneceram casados, de acordo com uma sentença divulgada nesta terça-feira (7).
A mulher será "indenizada com 204.624,86 euros, quantificando o referido valor mediante a aplicação do Salário Mínimo Interprofissional em cada ano desde 1996", afirma a sentença de 15 de fevereiro de um tribunal de Vélez-Málaga (Andaluzia, sul), ao qual a AFP teve acesso.
A defesa da mulher explicou que o período de cálculo foi de junho de 1995 a dezembro de 2020, 24 anos e meio.
No julgamento ficou provado que esta mulher, mãe de duas filhas, e casada em regime de separação de bens, se dedicou "essencialmente ao trabalho doméstico" desde que casou, "isto é, cuidando da casa e da família com tudo que isso implica", justifica a sentença.
O homem deve ainda pagar uma pensão mensal às filhas, acrescenta a sentença.
Em entrevista à rádio Cadena Ser, a mulher explicou que o marido "não queria que eu trabalhasse fora", embora ela o ajudasse a trabalhar nas academias das quais era proprietário, encarregada de "relações públicas, atuando como monitora, enfim, com tudo o que podia".
Além disso, "me dediquei exclusivamente aos afazeres domésticos, a cuidar do meu marido, a cuidar da casa".
"Isso me obrigou a ter o papel específico" do trabalho doméstico, "estar em uma faixa onde eu não pudesse me mover muito", disse ela.
"(Estou) muito feliz porque acho que" a sentença "foi bem merecida", resumiu.
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