A Ucrânia se tornará membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas o ingresso demandará tempo, disse, ontem, o secretário-geral Jens Stoltenberg. "Os países da Otan concordam, mas ao mesmo tempo é uma perspectiva de longo prazo", disse Stoltenberg durante uma visita à Finlândia, outro país candidato à adesão.
A entrada da ex-república soviética na Aliança Atlântica é considerada uma linha vermelha absoluta para Moscou, que usou exatamente essa possível adesão para justificar a invasão ao vizinho, deflagrando um conflito que entrou no segundo ano. "A questão agora é garantir que a Ucrânia continue sendo uma nação independente e soberana e, para isso, temos que apoiá-la", ressaltou
"A guerra do presidente (Vladimir) Putin na Ucrânia continua, e não há sinal de que ele vá mudar seus planos. Quer controlar a Ucrânia e não está se preparando para a paz, mas para mais guerra", insistiu o chefe da aliança militar ocidental.
Stoltenberg afirmou ainda que "chegou a hora" de Turquia e Hungria ratificarem a entrada de Finlândia e Suécia na Otan — são os únicos dos 30 membros que ainda não validaram a entrada dos nórdicos na organização. No calor da guerra na Ucrânia e temendo por sua segurança, os dois países encerraram décadas de neutralidade militar com o pedido de adesão.
Defesa
O governo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, está bloqueando, em particular, a entrada da Suécia e poderá ratificar apenas a adesão da Finlândia, que começou a construir, ontem, uma cerca metálica em parte da fronteira com a Rússia. Helsinque teme que Moscou use migrantes para exercer pressão política contra o ingresso na Otan.
As obras do trecho piloto de três quilômetros, próximo à cidade de Imatra, começaram "com o desmatamento, e vão continuar para permitir a construção de uma rodovia e a instalação de uma cerca metálica", de acordo com um comunicado feito pelas autoridades da fronteira.
A construção de outros 70 quilômetros está prevista para entre 2023 e 2025, principalmente no sudeste da fronteira. No total, a Finlândia pretende finalizar a cerca de 200 quilômetros até 2026. A obra custará 380 milhões de euros (em torno de R$ 2,1 bilhões) e, quando pronta, terá arame farpado, câmeras de visão noturna, luminárias e alto-falantes em locais considerados sensíveis.
Atualmente, a fronteira de 1.300km entre os dois países é protegida principalmente por pequenas cercas de madeira, projetadas basicamente para impedir a passagem de gado. A Estônia, Letônia e Polônia também aumentaram ou pretendem aumentar a segurança em suas fronteiras com a Rússia.
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