Política Internacional

EUA condenam prisão de jornalista do The Wall Street Journal na Rússia

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken relacionou a prisão à repressão da imprensa na Rússia, cuja relação com Washington se deteriorou gravemente desde a invasão da Ucrânia

Agence France-Presse
postado em 30/03/2023 16:45
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Os Estados Unidos condenaram nesta quinta-feira (30/3) a detenção na Rússia de um jornalista americano do The Wall Street Journal, acusado de "espionagem".

Autoridades americanas disseram que estavam em contato com a família do jornalista detido, Evan Gershkovich, e que tanto o jornal quanto o Departamento de Estado haviam contatado a Rússia.

"A perseguição de cidadãos americanos pelo governo russo é inaceitável. Condenamos a detenção do Sr. Gershkovich nos termos mais fortes", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em um comunicado.

"Quero reiterar veementemente que os americanos devem prestar atenção ao aviso do governo dos EUA para não viajar à Rússia. Cidadãos americanos que residam ou estejam em viagem na Rússia devem sair imediatamente".

O presidente Joe Biden foi informado sobre a prisão, segundo a Casa Branca.

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, em nota, relacionou a prisão à repressão da imprensa na Rússia, cuja relação com Washington se deteriorou gravemente desde a invasão da Ucrânia.

"Condenamos nos termos mais fortes possíveis as contínuas tentativas do Kremlin de intimidar, reprimir e punir jornalistas e vozes da sociedade civil", declarou.

Estima-se que Gershkovich possa ser o primeiro jornalista estrangeiro preso por suspeita de espionagem na Rússia pós-soviética.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse entender que os jornalistas precisam correr riscos para fazerem seu trabalho.

"Mas isso não muda nossa profunda preocupação com a presença de americanos" na Rússia, disse ele a jornalistas.

Outros cidadãos estão presos na Rússia, incluindo Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval preso em 2018 e condenado a 16 anos de prisão por acusações que nega.

"Não é uma tática nova para (o presidente Vladimir) Putin e autoridades russas deterem estrangeiros, principalmente americanos", disse Kirby.

Apesar das tensões, a Rússia e os Estados Unidos realizaram recentemente trocas de prisioneiros.

 

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