A professora Abigail Zwerner, que foi baleada nos Estados Unidos por um aluno de seis anos, disse que nunca vai esquecer a expressão no rosto do menino quando ele apontou a arma para ela.
A professora de 25 anos da Richneck Elementary School em Newport, no Estado da Virgínia, falou publicamente pela primeira vez depois de ser baleada por um aluno do ensino fundamental em 6 de janeiro deste ano.
"Eu pensei que tinha morrido", disse Zwerner à NBC esta semana.
Na entrevista que foi ao ar na terça-feira (21/3), a jornalista Savannah Guthrie perguntou o que ela lembrava daquele dia.
"Pela manhã, parecia um dia normal de escola, mas comecei a ouvir coisas e começaram a acontecer coisas que me fizeram ficar com medo", disse Zwerner.
A polícia afirmou que o menino trouxe a arma em sua mochila para a escola.
Zwerner está pensando em processar o distrito escolar depois de ter sido baleada na mão e na parte superior do tórax. A polícia disse que ela foi atingida depois de uma discussão com o aluno da primeira série.
O advogado da professora alega que os responsáveis pela instituição de ensino foram avisados em diversas ocasiões de que o aluno tinha acesso a arma de fogo e que não tomaram providências quanto a isso.
Memória do ataque
Zwerner disse que se lembra claramente do momento em que a arma foi apontada para ela.
"Lembro da expressão no rosto dele. Lembro de sentir algo. Foi um dia muito assustador."
A entrevistadora perguntou a Zwerner sobre sua mão esquerda, que estava com um curativo.
"O tiro inicial atravessou minha mão esquerda e quebrou meu osso médio, além do dedo indicador e do polegar. A bala entrou no meu peito, aqui em cima, e está alojada ali", disse a vítima, apontando para o coração. "Eu tenho uma cicatriz aqui. Ainda tenho alguns fragmentos de bala aqui."
Zwerner explicou que os médicos do hospital disseram a ela que o ferimento à bala "poderia ter sido fatal", mas como a bala atravessou sua mão "isso provavelmente salvou minha vida".
Nos primeiros momentos após ser baleada, Zwerner disse que a primeira coisa em sua mente era a segurança de seus alunos. Ela os retirou da sala de aula, apesar dos ferimentos, antes de ser colocada em uma ambulância e enviada para o hospital.
A criança
No início deste mês, o promotor distrital de Newport News, Howard Gwynn, afirmou que seu escritório não iria processar a criança.
"A perspectiva de que uma criança de seis anos possa ser julgada é problemática", porque a criança é muito jovem para entender o sistema legal, disse o promotor à NBC News.
A família do menino também não foi indiciada e afirmou que o menino sofria de uma "deficiência aguda". Eles também alegaram que ele raramente frequentava a escola sem a presença dos pais. No entanto, no dia do tiroteio, ele chegou sozinho à escola.
A arma de fogo foi adquirida legalmente e pertencia à mãe do menino, segundo a polícia.
Após o incidente, o superintendente da escola foi demitido e o vice-diretor renunciou. Desde então, a Richneck Elementary School instalou detectores de metal e segurança em tempo integral.
Na entrevista à NBC, Zwerner disse que às vezes tem pesadelos com o tiroteio e que em alguns dias tem dificuldade para sair da cama devido à difícil recuperação.
"Não tenho certeza de quando o choque passará... penso nisso todos os dias."
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