O novo Movimento Cidadão Agricultor (BoerBurgerBeweging), ou BBB, partido de protesto de agricultores e que põe em dúvida a política ambiental do governo, conseguiu entre 16 e 17 das 75 cadeiras do Senado holandês nas eleições regionais de quarta-feira (15/3), dando um duro golpe na política ambiental do governo.
O BBB foi o partido mais votado na maioria das 12 províncias do país, segundo os últimos resultados de votos publicados nesta quinta-feira (16/3), e se tornará o partido com mais representantes na Câmara Alta.
Os Verdes e o Partido Trabalhista formarão um bloco conjunto no Senado, o que lhes permitirá reunir também 15 cadeiras, enquanto o governista Partido da Liberdade e Democracia (VDD), do primeiro-ministro Mark Rutte, obteve 10 vagas.
"As pessoas fizeram suas vozes serem ouvidas, e de que maneira", disse a líder do BBB, Caoline van der Plas, quando os resultados foram divulgados.
O partido, criado há apenas quatro anos, juntou-se a uma onda de protestos contra os planos do primeiro-ministro de reduzir as emissões de gases do efeito estufa mediante à redução do número de cabeças de gado e o possível fechamento de fazendas.
O jornal De Telegraaf destacou sua manchete como "Kabbboem", um jogo de palavras com o nome do partido e o som de uma explosão.
O BBB ecoou os sentimentos populistas mais amplos, como os de quem se sente ignorado por Rutte, que está há 13 anos no poder, um recorde na Holanda.
"A histórica vitória do BoerBurgerBeweging é o resultado de muitos votos de protesto", escreveu Marleen de Roy, jornalista política da mídia pública NOS.
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Complexo quebra-cabeças político
A coalizão poderá ter dificuldades para encontrar o apoio necessário para seus planos ambientais. O Movimento Cidadão Agricultor pode se aliar a partidos da direita igualmente opostos, enquanto o GroenLinks (Verdes) e o Partido Trabalhista não consideram esses planos suficientemente ambiciosos.
"Os eleitores deram ao governo um complexo quebra-cabeças política" para resolver, diz o jornal De Volkskrant. O BBB e o bloco de esquerda vão exigir "concessões substanciais" para cooperar com Rutte, acrescenta.
Por sua vez, o primeiro-ministro indicou à NOS que analisará a situação "com calma" e que a coalizão - majoritária na Câmara Baixa - buscará uma maioria "por projeto" no Senado.
Caroline van der Plas imediatamente destacou seu compromisso de desafiar os planos governamentais para o meio-ambiente.
O poder Executivo quer reduzir as emissões de nitrogênio em 50% até 2030. Este gás do efeito estufa é emitido principalmente por fertilizantes e esterco.
Segundo ele, essa medida é necessária para resolver a crise habitacional no país. Grandes projetos de construção, que também emitem nitrogênio, foram suspensos pela Justiça por razões ambientais.
Haia quer liberar 25 bilhões de euros (em torno de 26,6 bilhões de dólares) até 2035 para ajudar o setor agrícola a reduzir suas emissões. No entanto, esse último se considera em desvantagem em relação à indústria e ao transporte.
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