O homem que matou sete pessoas a tiros - incluindo uma grávida de sete meses - em um centro das testemunhas de Jeová em Hamburgo, na Alemanha, e depois cometeu suicídio, era um ex-membro desta comunidade, com a qual estava em conflito, disse a polícia alemã nesta sexta-feira, 10.
"Philipp F. era um ex-membro das testemunhas de Jeová", confirmou o comunicado oficial enviado à imprensa, acrescentando que o agressor deixou a comunidade há cerca de 18 meses, "aparentemente não em boas condições".
As autoridades disseram ainda que Philipp, com idade por volta de 30 anos, e que estava armado com um revólver, cometeu suicídio depois que a polícia entrou no prédio.
O agressor fugiu para o primeiro andar do prédio depois que a polícia invadiu o local e "se matou", disse o secretário regional do Interior, Andy Grote. Segundo a promotoria, não há indicação de motivação "terrorista" no ataque.
O ataque aconteceu nesta quinta-feira, 9, durante uma sessão de orações organizada pela comunidade religiosa em seu centro em Hamburgo. A comunidade das testemunhas de Jeová afirmou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira que "várias pessoas perderam a vida e outras ficaram gravemente feridas". A nota ressalta a "profunda tristeza com o terrível massacre executado contra seus membros".
Na quinta-feira, a polícia afirmou que não tinha "informações confiáveis sobre o motivo do crime" e pediu à população que não entre em especulações. Também indicou que "as investigações sobre o contexto do crime continuam".
O chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, denunciou o que chamou de "ato de violência brutal". O prefeito de Hamburgo, o social-democrata Peter Tschentscher, afirmou que as notícias eram "perturbadoras".
O ataque
As forças da segurança "receberam ligações por volta das 21h15 (17h15 de Brasília) na quinta-feira que relatavam tiros no edifício" de três andares, situado no bairro de Gross Borstel, na zona norte de Hamburgo, indicou um porta-voz da polícia à emissora NTV.
As forças de intervenção "entraram rapidamente no edifício e encontraram mortos e feridos graves", acrescentou o porta-voz. No prédio, os agentes ouviram um disparo "procedente da parte superior do imóvel" e encontraram outra pessoa, "possivelmente" é o autor do ataque, segundo o porta-voz.
Ele disse que ainda não podia dar "indícios" sobre a motivação do crime. "Durante a noite, havia uma reunião de testemunhas de Jeová no edifício", acrescentou.
Segundo o site desta organização na Alemanha, o país tem 175 mil testemunhas de Jeová, 3,8 mil em Hamburgo.
Fundadas no século 19 nos Estados Unidos, as testemunhas de Jeová se consideram herdeiras do cristianismo primitivo e baseiam seu credo somente na Bíblia.
O status da organização varia em função do país: estão no mesmo nível das "grandes" religiões na Áustria e na Alemanha, figuram como "culto reconhecido" na Dinamarca e como "denominação religiosa" na Itália.
Na França, diversos ramos locais dispõem do status de "associação de culto", mas o movimento é acusado regularmente de deriva sectária.
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