A Rússia lançou bombardeios em larga escala contra a Ucrânia nesta quinta-feira (9/3), os mais intensos em várias semanas, que mataram pelo menos seis pessoas e provocaram cortes de energia elétrica, incluindo a interrupção temporária do fornecimento da central nuclear de Zaporizhzhia.
Horas depois dos ataques, a operadora elétrica Ukrenergo anunciou a reconexão com a rede nacional dessa central ocupada por forças russas e descartou o risco de um incidente nuclear.
O corte havia anteriormente acionado alarmes do organismo nuclear da ONU e da União Europeia. "Brincamos com fogo", alertou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O ataque constitui "uma grave violação da segurança nuclear, cometida pela Rússia", afirmou, por sua vez, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A interrupção do fornecimento de eletricidade obrigou a resfriar a central com geradores a diesel, o que "aumentou o risco de acidente nuclear" até a reconexão com a rede elétrica, acrescentou.
Na Transnístria, um território separatista da Moldávia, as autoridades pró-Rússia disseram ter frustrado um atentado contra seus líderes e acusaram a Ucrânia de tê-lo orquestrado.
Saiba Mais
"Represália russa"
A Rússia informou que os bombardeios, nos quais usou seus novos mísseis hipersônicos Kinzhal, ocorreram em "represália" por uma incursão em seu território em 2 de março por parte de "sabotadores" ucranianos.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, denunciou as "táticas miseráveis" da Rússia após o bombardeio, que afetou 10 regiões do país e a capital, Kiev, direcionado às infraestruturas energéticas.
Segundo o exército ucraniano, a defesa antiaérea derrubou 34 dos 81 mísseis lançados por Moscou, assim como quatro drones explosivos Shahed, de fabricação iraniana. Nenhum dos seis mísseis Kinzhal, porém, pôde ser derrubado.
A Rússia bombardeia regularmente instalações energéticas ucranianas, deixando milhões de pessoas na escuridão e no frio, mas esses ataques se tornaram menos frequentes nas últimas semanas.
"Disparam a esmo"
Os bombardeios causaram mortes nas regiões de Lviv (oeste) e de Dnipro (centro-leste), de acordo com fontes ucranianas.
Oksana Ostapenko, do povoado de Velyka Vilchanytsia, perto de Lviv, perdeu sua irmã e dois cunhados que estavam em uma casa que foi destruída. Dois de seus vizinhos também morreram.
"Eles estavam comemorando [um aniversário], depois foram dormir. E foi isso que aconteceu", explicou. "Pensamos que estaríamos seguros aqui", perto da fronteira com a Polônia, acrescentou.
Segundo outro morador do povoado, Igor Spilnyk, não há infraestrutura crítica na área e os russos "disparam a esmo".
Os ataques cortaram a eletricidade, a água e o aquecimento na cidade de Kharkiv (nordeste) e deixaram sem aquecimento 40% dos usuários em Kiev, indicaram as autoridades.
Na capital, as explosões afetaram os distritos sul e oeste, apontou o prefeito. Três pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.
Já na área de Prospekt Peremoguy, oeste de Kiev, três carros estacionados perto de um prédio residencial estavam carbonizados e havia outros danificados, observou um jornalista da AFP.
No leste da Ucrânia, continua a batalha de Bakhmut, uma cidade que os russos tentam conquistar há meses.
O chefe da organização paramilitar russa Wagner, Yevgeny Prigozhin, declarou que seus combatentes haviam tomado a pequena vila de Dubovo-Vasylivka, ao norte de Bakhmut.
A invasão da Ucrânia, há mais de um ano, provocou fortes tensões no abastecimento mundial de cereais.
A Rússia anunciou uma reunião com a ONU em Genebra para a próxima segunda-feira sobre o acordo que permitiu garantir a exportação de grãos pelo Mar Negro, que expira em 18 de março.
Notícias no seu celular
O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Saiba Mais
- Diversão e Arte Sharon Stone diz que perdeu guarda do filho por causa de atuação em filme
- Trabalho & Formação Eletrobras anuncia 832 vagas de emprego
- Esportes Mal nos estaduais, Botafogo e Santos têm em risco vagas nacionais em 2024
- Vitrine Como escolher o protetor solar ideal para cada pele
- Brasil Justiça de SP nega pedido do MP e mantém Elize Matsunaga em liberdade
- Política Mirando Bolsonaro, Renan reaviva CPI da Covid e pauta PL sobre genocídio na CRE
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.