CRISE ALIMENTAR

Unicef alerta para efeitos 'irreversíveis' da desnutrição em mulheres e meninas

A crise foi agravada pela guerra na Ucrânia, seca, conflitos e instabilidade, afirma a Unicef no relatório "Subnutridos e esquecidos: uma crise global de nutrição para adolescentes e mulheres"

Agence France-Presse
postado em 07/03/2023 14:40 / atualizado em 07/03/2023 14:43
 (crédito: Universidade de Melbourne/Divulgação)
(crédito: Universidade de Melbourne/Divulgação)

O número de adolescentes, mulheres grávidas e lactantes que sofrem de desnutrição aguda aumentou 25% desde 2020 nos 12 países mais afetados pela crise alimentar, quase todos eles na África, anunciou nesta segunda-feira (6) a Unicef, alertando para impacto "nefasto e irreversível" para seus filhos.

O número de mulheres e meninas desnutridas aumentou de 5,5 para 6,9 milhões no "epicentro da crise de desnutrição": Afeganistão, Burkina Faso, Chade, Etiópia, Quênia, Mali, Níger, Nigéria, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Iêmen, segundo a organização da ONU.

A crise foi agravada pela guerra na Ucrânia, seca, conflitos e instabilidade, afirma a Unicef no relatório "Subnutridos e esquecidos: uma crise global de nutrição para adolescentes e mulheres", por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que se celebra no dia 8 de março.

"Se a comunidade internacional não agir com urgência, esta crise pode ter consequências duradouras para as gerações futuras", disse Catherine Russell, diretora executiva da Unicef.

A crise de desnutrição não se limita a esses países. Mais de um bilhão de mulheres em todo o mundo estão desnutridas, com deficiência de micronutrientes e anêmicas em todo o mundo, com "consequências devastadoras" para suas vidas e bem-estar.

Além de enfraquecer as defesas imunológicas, a desnutrição prejudica o desenvolvimento cognitivo e agrava as complicações durante a gravidez e o parto com o consequente impacto "desastroso e irreversível" na sobrevivência, crescimento e aprendizagem de seus filhos.

Mais de 51 milhões de crianças menores de dois anos sofrem com atraso no crescimento, e mais da metade desenvolve o atraso durante a gravidez e nos primeiros seis meses de vida, quando dependem exclusivamente do leite materno.

No sudeste da Ásia e na África subsaariana, dois em cada três jovens estão abaixo do peso para a idade e três em cada cinco adolescentes são anêmicas.

As mulheres e meninas das famílias mais pobres têm duas vezes mais probabilidade de estar abaixo do peso do que as das famílias mais ricas.

A disparidade de gênero também se manifesta na alimentação: em 2021, ano marcado pela pandemia de covid-19, havia mais 126 milhões de mulheres do que homens sofrendo de insegurança alimentar, contra 49 milhões dois anos antes.

A Unicef pede aos governos e agentes de desenvolvimento que priorizem meninas e mulheres adolescentes em seus programas.

"A impossibilidade de uma menina ou mulher ter acesso a uma alimentação adequada perpetua a desigualdade de gênero", conclui Russel, que apela à mobilização da "vontade política e dos recursos necessários" para agir, porque "não há tempo a perder".

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

 

 

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE