ESTUDO

Economista diz que mulheres emitem menos gases de efeito estufa

Os homens comem mais carne do que as mulheres (67% dos franceses vegetarianos são mulheres), usam mais o carro e gastam mais em bens de consumo

Agence France-Presse
postado em 07/03/2023 14:15 / atualizado em 07/03/2023 14:15
 (crédito: Kacper Pempel/AFP)
(crédito: Kacper Pempel/AFP)

As mulheres têm um estilo de vida que as leva, em média, a emitir menos gases de efeito de estufa do que os homens, segundo um artigo de uma economista consultado pela AFP nesta terça-feira (7/3).

"Embora à primeira vista possa parecer que as mudanças climáticas afetam toda a população da mesma forma, existem estudos que mostram as diferenças de gênero nos comportamentos responsáveis pela origem das emissões de gases de efeito de estufa e nas consequências das mudanças climáticas", explica Oriane Wegner, autora do artigo, que será publicado no site do Banco da França na quarta-feira.

O artigo foi revelado pelo jornal francês Libération. Especialista em economia climática do Banco da França, Wegner afirma se basear em um estudo sueco de 2021 que diz que as tendências de consumo dos homens "causam em média 16% mais gases de efeito estufa" do que as das mulheres. Os homens comem mais carne do que as mulheres (67% dos franceses vegetarianos são mulheres), usam mais o carro e gastam mais em bens de consumo.

Em 2021, os homens solteiros emitiram, em média, dez toneladas de gases de efeito estufa, contra pouco mais de oito toneladas para as mulheres solteiras, apesar de seu gasto ser "apenas 2%" superior ao dessas mulheres.

Wegner reconhece, porém, que mais do que gênero, é o nível de renda que desempenha "um papel mais importante". E, ao mesmo tempo, as consequências são desiguais.

Segundo estudos da ONU citados por Wegner, 80% das pessoas que tiveram que deixar suas casas em decorrência de eventos climáticos extremos são mulheres.

"As políticas públicas nacionais e os marcos de atuação internacional seriam mais efetivos se as interações entre gênero e meio ambiente fossem levadas em conta para reforçar sua eficácia", conclui a autora do artigo.

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