GRÉCIA

Premier grego pede perdão por acidente ferroviário em meio a novos protestos

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, pediu perdão aos parentes dos 57 mortos na pior tragédia ferroviária já ocorrida no país, onde houve novas manifestações neste domingo, que resultaram em confrontos

Agência France-Presse
postado em 05/03/2023 20:08 / atualizado em 05/03/2023 20:08
Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) -  (crédito: Louisa GOULIAMAKI / AFP)
Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) - (crédito: Louisa GOULIAMAKI / AFP)

"Como primeiro-ministro, devo a todos, mas acima de tudo aos familiares das vítimas, desculpas", escreveu o líder em mensagem à nação, sem convencer os gregos. "Na Grécia, em 2023, não é possível que dois trens circulem pela mesma via em sentidos opostos e que ninguém se dê conta", acrescentou em sua mensagem, publicada no Facebook.

Em Lárissa, cidade mais próxima do local do acidente, o chefe da estação compareceu perante um juiz e foi acusado formalmente de responsabilidade pela "morte de um grande número de pessoas". Vassilis Samaras, 59 anos, admitiu sua responsabilidade pela colisão frontal e foi colocado em prisão preventiva.

  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
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  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP
  • Protesto em Lárissa, na Grécia, neste domingo (5/3) Louisa GOULIAMAKI / AFP

O choque entre um trem de passageiros e um de carga na última terça-feira, perto de Lárissa (centro), gerou uma onda de protestos no país e colocou em evidência um sistema ferroviário ultrapassado e uma série de descasos que levaram à tragédia.

Cerca de 12 mil pessoas, segundo a polícia, reuniram-se neste domingo em frente ao Parlamento, em Atenas, em protestos convocados por estudantes, ferroviários e funcionários. Centenas de balões foram lançados ao céu, em homenagem às vítimas.

"O interesse pelos lucros e a falta de medidas para proteger os passageiros levaram à pior tragédia ferroviária do nosso país", disse à AFP Michalis Hasiotis, presidente de um sindicato de contadores.

Segundo jornalistas da AFP, houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, que acabou dispersando o protesto com gás lacrimogêneo.

'Assassinos!'

Segundo uma fonte judicial, a investigação pode "apresentar medidas judiciais, se necessário, contra membros da administração da companhia" ferroviária grega Hellenic Train.

A empresa é acusada de várias negligências que levaram à colisão. Manifestantes escreveram a palavra "assassinos" em vermelho em sua sede em Atenas.

A companhia se defendeu na noite de sábado e alegou que “esteve presente no local desde o primeiro momento” e que disponibilizou “uma central de atendimento (…) para prestar informações”.

A Hellenic Train também indicou que é responsável apenas pelo transporte de passageiros e mercadorias, mas que a gestão da rede, sua manutenção e modernização são de responsabilidade da estatal ferroviária OSE.

Os representantes sindicais da companhia já haviam alertado para a situação há três semanas.

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