PRAGA INVASORA

Colômbia quer enviar hipopótamos de Pablo Escobar para Índia e México

Os hipopótamos, territoriais e pesando até 3 toneladas, se espalharam muito além da Hacienda Napoles, que pertencia a Escobar, localizada a 200 quilômetros de Bogotá ao longo do Rio Magdalena. Os 70 animais que seriam transportados são descendentes de quatro hipopótamos importados da África ilegalmente na década de 1980

Agência Estado
postado em 03/03/2023 11:55
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A Colômbia parece ter uma nova solução para os hipopótamos de Pablo Escobar - animais provenientes da África e levados para o país sul-americano pelo narcotraficante, que se tornaram uma praga invasora no bioma amazônico. Bogotá pretende enviar pelo menos 70 animais para a Índia e para o México, como parte de um plano para controlar sua população.

Os hipopótamos, territoriais e pesando até 3 toneladas, se espalharam muito além da Hacienda Napoles, que pertencia a Escobar, localizada a 200 quilômetros de Bogotá ao longo do Rio Magdalena. Os 70 animais que seriam transportados são descendentes de quatro hipopótamos importados da África ilegalmente na década de 1980.

A Hacienda Napoles de Escobar - e os hipopótamos - se tornaram uma espécie de atração turística local desde que o chefão do tráfico foi morto pela polícia em 1993. Quando o rancho foi abandonado, os hipopótamos sobreviveram e se reproduziram nos rios locais e em condições climáticas favoráveis.

Cientistas alertam que os hipopótamos não têm um predador natural na Colômbia e são um problema potencial para a biodiversidade, já que suas fezes alteram a composição dos rios e podem afetar o hábitat de peixes-boi e capivaras. No ano passado, o governo da Colômbia os declarou uma espécie invasora tóxica.

O plano de levá-los para a Índia e para o México já está se formando há mais de um ano, disse Lina Marcela de los Ríos Morales, diretora de proteção e bem-estar animal do Ministério do Meio Ambiente de Antioquia.

Os hipopótamos seriam atraídos com comida para grandes armadilhas de ferro e levados de caminhão até o aeroporto internacional da cidade de Rionegro, a 150 quilômetros de distância. De lá, eles seriam levados para a Índia e para o México, onde há santuários e zoológicos capazes de acolher e cuidar dos animais.

"É possível, já temos experiência em realocar hipopótamos em zoológicos de todo o país", disse David Echeverri López, porta-voz da Cornare, a autoridade ambiental local que se encarregaria das realocações.

O plano é enviar 60 hipopótamos para o Greens Zoological Rescue & Rehabilitation Kingdom em Gujarat, na Índia, que De los Ríos Morales disse que cobriria o custo dos contêineres e transporte aéreo. Outros 10 hipopótamos iriam para zoológicos e santuários no México, como o Ostok, localizado em Sinaloa.

"Trabalhamos com Ernesto Zazueta, que é o presidente de santuários e zoológicos no México, que é quem faz a ligação com diferentes países e gerencia seus resgates", disse o funcionário.

O plano é focar nos hipopótamos que vivem nos rios que cercam a Hacienda Napoles, não nos que estão dentro da fazenda, já que estes estão em um ambiente controlado e não ameaçam o ecossistema local.

As realocações ajudariam a controlar a população de hipopótamos e, embora o hábitat nativo dos animais seja a África, o processo é mais humano do que a proposta alternativa de exterminá-los como espécie invasora, disse De los Ríos Morales.

Equador, Filipinas e Botswana também expressaram vontade de realocar hipopótamos colombianos em seus países, de acordo com o Gabinete do Governador de Antioquia.

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

 

 

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

CONTINUE LENDO SOBRE