Diplomacia

Chefes da diplomacia dos EUA e Rússia se encontram na Índia

Realizada à margem de uma cúpula de ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo, a reunião durou menos de 10 minutos

Correio Braziliense
postado em 03/03/2023 06:00
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Pela primeira vez desde a invasão da Ucrânia, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, reuniu-se brevemente com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, ontem, em Nova Délhi, na Índia. O encontro anterior ocorreu em janeiro de 2022, algumas semanas antes de Moscou lançar sua ofensiva. Desde então, eles se falaram várias vezes por telefone, mas sobre outros assuntos.

Realizada à margem de uma cúpula de ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo, a reunião durou menos de 10 minutos, segundo uma autoridade norte-americana que pediu anonimato. Blinken confirmou a Lavrov que Washington continuará a apoiar a Ucrânia. O secretário de Estado queria "enviar essa mensagem diretamente" ao russo, disse a mesma fonte.

"Disse ao ministro (russo) das Relações Exteriores o que eu e tantos outros afirmamos na semana passada na ONU e o que tantos ministros das Relações Exteriores falaram no G20: ponha fim a essa guerra agressiva, comprometa-se com uma diplomacia que possa produzir uma paz justa e duradoura", destacou Blinken a jornalistas, após a conversa com Lavrov.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, tentou minimizar a reunião, dizendo à agência de notícias RIA Novosti que foi Blinken quem a iniciou e que foi breve. "(Lavrov) Falou com ele, de pé, como parte da segunda sessão do G20", informou, acrescentando: "Não houve discussão, ou um verdadeiro encontro".

"Farsa"

A cúpula de chanceleres terminou sem uma declaração conjunta de todos os participantes. Falando aos seus homólogos, o chefe da diplomacia russa criticou o comportamento de várias delegações ocidentais, que "transformaram seu trabalho durante a agenda do G20 em uma farsa", segundo a agência de notícias russa TASS.

Lavrov assinalou que as discussões sobre a declaração final falharam devido a várias questões, incluindo a insistência da Rússia em investigar a sabotagem ao gasoduto Nord Stream no ano passado. As potências ocidentais e a Rússia se culpam mutuamente por essas explosões.

Uma declaração divulgada após a reunião mostra que a China se uniu à Rússia ao se recusar a apoiar a declaração conjunta pedindo a Moscou que cesse as hostilidades na Ucrânia. Os dois países foram os únicos membros do grupo que discordaram do documento, que exigia a "retirada completa e incondicional da Rússia do território da Ucrânia".

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